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Aceito ou Aceitado: qual o certo?

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A dupla de formas equivalente aceito ou aceitado, forma as duas opções do particípio do verbo aceitar. Ao falarmos “duas opções”, espera-se que fique claro que nenhuma das formas está errada. Este é um fenômeno bastante comum com o particípio de verbos abundantes, que – além de aceitar – incluem pegar, extinguir, eleger, entregar, ganhar e etc.

Nestes casos, divide-se o verbo entre sua forma regular (aceitado) e sua forma irregular (aceito), que significam virtualmente a mesma coisa, mas possuem algumas recomendações distintas sobre preferências de uso.

A boa notícia é que praticamente todos os verbos abundantes seguem as mesmas recomendações de utilização. Além disso, nenhuma das formas está formalmente incorreta, caso você não consiga lembrar qual a maneira mais adequada de se utilizar o verbo.

Confira quais as regras e recomendações para o uso de aceito ou aceitado na língua portuguesa e acabe com a dúvida:

O que são os verbos abundantes?

Verbos abundantes são aqueles que possuem mais de uma forma de utilização em certas circunstâncias, em especial no particípio. Essas variações são chamadas de formas equivalentes. Por isso, fala-se que o verbo aceitar possui particípio duplo: uma forma regular e outra irregular.

Sugere-se, de maneira geral, que as formas equivalentes sejam usadas com um certo conjunto básico de regras. Dá-se preferência para a forma regular do particípio na voz ativo, e para a irregular na voz passiva.

Além disso, a maior parte dos verbos abundantes encontra, na sua forma regular, a preferência da norma culta da lígnua portuguesa. Por outro lado, a grande maioria deles torna-se cada vez mais comum em sua forma irregular, o que indica uma tendência de adoção única da forma equivalente irregular com o passar dos anos.

Aceito ou aceitado: qual o certo?

Como já mencionado, nenhuma das formas equivalentes do particípio de aceitar está incorreta. Por isso, a utilização de aceito ou aceitado são corretas a gramaticalmente aceitas.

“Aceitado” é a forma regular do particípio, enquanto “aceito” é a forma irregular. As duas formas equivalente possuem absolutamente o mesmo significado, e podem ser igualmente utilizadas para todas as definições representadas pelo verbo “aceitar”.

Por isso, é tecnicamente correto utilizar qualquer uma das frases:

– Seu pedido foi aceitado, você pode iniciar os trabalhos.

– Seu pedido foi aceito, você pode iniciar os trabalhos.

Recomendações gramaticais

Embora as duas formas estejam corretas e os verbos abundantes admitam o uso de suas variações regulares e irregulares na linguagem, existem algumas recomendações que são geralmente indicadas por estudiosos da língua portuguesa.

Por uma questão de costume e estruturação da língua, foram estabelecidas algumas regras sobre o uso mais organizado de aceito ou aceitado. A existência destas regras não implica no erro, quando não são seguidas – são apenas um sinal de observação das recomendações gramaticais utilizadas para a maior parte dos verbos abundantes.

Em geral, a forma regular do particípio de um verbo abundante é utilizada em situações de voz ativa. Além disso, é especialmente recomendada na presença dos verbos auxiliares “ter” e “haver”. Por isso, é mais familiar ouvirmos “ter aceitado” do que “ter aceito”, por exemplo.

Já no caso dos verbos irregulares, seu uso torna-se mais comum na voz passiva, e – sobretudo – com as verbos auxiliares “ser” ou “estar”. “Fui aceito na faculdade” parece muito mais natural do que “Fui aceitado”, por exemplo, em função desta definição preferencial. Não significa, no entanto, que a segunda forma esteja errada.


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