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Adélia Prado: vida e obra

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Ao estudar a nossa literatura mais recente, não há como não citar Adélia Prado. Seu nome, embora em um primeiro momento não pareça tão conhecido, é um nome de peso na literatura contemporânea brasileira, tendo inclusive diversas obras traduzidas para outros idiomas. Sendo assim, não é surpresa alguma se Adélia Prado e sua obra forem alvos de questão em uma prova.

Nesse sentido, vamos analisar um pouco da sua vida e da sua biografia, para explicitar na sequência os marcos mais importantes da sua carreira. No âmbito literário, é importante também situar em que período se insere o estilo de Adélia. Por fim, a título de curiosidade, também vale destacar seu período de silêncio literário e as suas causas.

Sua vida

Adélia Luzia Prado Freitas, ou só Adélia Prado, como é conhecida, é natural de Minas Gerais, mais especificamente de Divinópolis, e nasceu em 13 de dezembro de 1935. É interessante ressaltar que embora a autora tenha atingido fama e prestígio nacionais, na maior parte de sua vida, Adélia permaneceu em sua cidade natal, onde leva até hoje uma vida simples e pacata.

Dentre os acontecimentos marcantes de sua vida está a morte de sua mãe, em 1950, o que levou Adélia Prado a começar a escrever seus primeiros versos. Em 1958 ela se casa ─ em Divinópolis ─ e tem cinco filhos. Sua vida sempre foi muito ligada à educação, tendo cursado Magistério e Filosofia, o que lhe rendeu além da carreira de escritora, uma carreira de professora, atuando inclusive junto à secretaria municipal de educação de sua cidade.

Momentos da carreira literária

Mas a carreira literária de Adélia Prado tem um início bem definido. Em 1973 tem seus poemas apreciados por Carlos Drummond de Andrade, que disse achá-los fenomenais. Assim, em 1976 seu primeiro livro ─ Bagagem ─ é publicado. A publicação é marcada pela presença de personalidades ilustres, como o já citado, Antônio Houaiss, Clarice Lispector, Juscelino Kubitscheck, entre outros.

Em 1978 Adélia Prado é agraciada com o Prêmio Jabuti pelo livro “O coração disparado”. Seu primeiro livro de prosa foi “Soltem os cachorros”, e o sucesso da carreira literária a fez largar, temporariamente, a carreira no magistério, após 24 anos atuando na área. Além da prosa e dos poemas, Adélia atuou na área teatral também, mostrando sua habilidade e flexibilidade literárias.

Período Literário

Se formos pensar cronologicamente, a literatura e produção de Adélia Prado se inserem na chamada literatura contemporânea. Diferentemente de outros períodos literários marcados por características predominantes, a literatura contemporânea é marcada por uma pluralidade de produções, e várias correntes surgem nesse contexto.

Na poesia, destaca-se o Concretismo ─ no qual a visualização da linguagem e do poema são trabalhados ─, o Neoconcretismo, a Poesia Práxis, o Poema-Processo, a Poesia Participante ─ que trata de eventos cotidianos e é muito presente na prova do Enem ─, e o Tropicalismo, movimento artístico e cultural que dispensa apresentações.

Adélia Prado, embora não tenha sido expoente de nenhuma dessas correntes contemporâneas, teve suma importância em relação a trazer novamente a imagem da mulher para o cenário literário nacional. Suas principais temáticas eram a fé cristã, o cotidiano, a alegria e a mulher propriamente dita.

Silêncio literário

Fato que chama a atenção na trajetória de Adélia Prado foi o seu silêncio literário, período em que a autora não publicou nem mesmo um poema. O período foi encerrado em 1994, com a publicação de “O homem da mão seca”, o qual havia sido iniciado em 1987, mas que fora paralisado devido a falta de inspiração.

A própria autora diz que vê “a aridez como uma experiência necessária”, mas que no fim, “essa temporada no deserto” lhe fez bem. Segundo ela, o período foi acarretado por uma crise de depressão, que a bloqueou literariamente.


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