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Conjuração Baiana: causas, objetivos e resultados

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A Conjuração Baiana foi uma relevante revolta ocorrida na Bahia no ano de 1798. Com caráter popular e inspiração na Revolução Francesa, também era chamada de Revolta dos Alfaiates, dada a atividade profissional de alguns de seus líderes.

Observa-se, nesta revolta, o interessante caráter mais popular, com a participação de profissionais liberais, e a busca por mudanças sociais significativas. A Conjuração Baiana tinha um caráter de emancipação do império, e ocorre razoavelmente cedo em comparação às revoltas que seguiriam através do século XIX.

Entenda suas causas, seus objetivos, seus participantes e o desfecho deste importante episódio da história brasileira:

Causas da Conjuração Baiana

Duas causas principais marcam a Conjuração Baiana como um movimento político e social. No aspecto social, o alto preço de alimentos e de diversos produtos essenciais era um grande problema. Na Bahia, muitos alimentos simplesmente eram escassos ou não chegavam, o que gerava uma enorme insatisfação na população local.

No aspecto mais político, os ideais de independência do Brasil já eram fomentados com energia no contexto baiano. Insatisfeitos com a situação política do momento, a população culpava o domínio português pelos problemas, e inspirava-se em uma Europa mais libertária para fomentar seu discurso.

Quais eram os objetivos da Revolta dos Alfaiates?

Politicamente, o principal objetivo da Revolta dos Alfaiates, ou Conjuração Baiana, era o fim do pacto colonial entre Portugal e Brasil. Seu objetivo era uma independência total, com a implementação de um sistema republicano para o país.

Além disso, buscavam a liberdade comercial brasileira, e a possibilidade de tomada de suas próprias decisões de estratégia comercial com outros países, sem as restrições portuguesas. Fortemente inspirado pela Revolução Francesa, o movimento também repetia a busca por liberdade e igualdade.

Essa característica, aliás, foi essencial para a obtenção de apoio popular. O fim dos privilégios sociais e da escravidão, por exemplo, garantiu grande apoio da população que passava por dificuldades. Para obter o apoio armado, havia ainda o claro objetivo de solicitar aumento de salário para os soldados. Percebe-se, nestes objetivos, uma clara inteligência na busca por adesão de setores essenciais da sociedade, o que torna a Conjuração Baiana muito interessante.

Quais os principais nomes da Revolta dos Alfaiates?

Entre os diversos nomes envolvidos na Conjuração Baiana, quatro líderes recebem destaque especial. No que diz respeito ao desenvolvimento das ideias e d doutrina próxima à revolução francesa, destaca-se Cipriano Barata. Cipriano era médico, político e filósofo, e foi ele um dos principais responsáveis pela adoção do discuso de liberdade e igualdade.

Outro importante líder foi Luís Gonzaga das Virgens, soldado baiano que auxiliou na divulgação do ideário para outros soldados e diversas camadas da sociedade, garantindo força e legitimidade ao movimento.

Além disso, é claro, a presença dos alfaiates João de Deus do Nascimento e Manuel Faustino dos Santos Lira foi essencial ao ponto de auxiliar a nomear um título alternativo ao episódio.

A diversidade de líderes e o tipo de discurso defendido pelo movimento garantiu um ampla e forte adesão da população. Excluindo-se as oligarquias locais, praticamente toda a população era parte interessada na revolta. A população pobre e a classe média de profissionais liberais e comerciantes, os padres, os soldados e até mesmo os escravos aderiram ao episódio.

A Conjuração Baiana frustrada

Apesar da enorme organização e da grande adesão que o discurso que espalhava-se nas ruas, um empecilho importante surgiu pelo caminho. Um ferreiro, José da Veiga, que participava da organização do evento que eclodiria em uma data marcada, denunciou a revolta às autoridades, incluindo data e hora combinados.

Assim, os governantes locais foram capazes de mobilizar forças militares leais para perseguir seus líderes e desarticular a rebelião antes mesmo que ela começasse. Desta forma, a Conjuração Baiana nunca foi às ruas. Seus protagonistas foram presos ou expulsos do Brasil, e os integrantes restantes perceberam que nada mais poderia ser feito. Apenas os quatro principais líderes foram executados em praça pública, após o episódio.


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