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Crônicas: tipos e suas principais características

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As crônicas são um tipo de texto dentro do gênero narrativo, e tratam de coisas corriqueiras, por isso são textos que possuem simplicidade e ao mesmo tempo são ricos e prendem a atenção do leitor.

Se você já eu uma crônica, sabe do que estou falando. A leitura é macia, a história é fácil de visualizar e, quando bem escrita, dá vontade de ler uma continuação.

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Por isso ela foi tão popular no Brasil e continua sendo, inclusive, um tipo de texto muito exigido em vestibulares. Para escrever uma crônica, é preciso não só habilidade de escrita, mas muita criatividade e estratégia.

Definição de crônicas e características

As crônicas, como foi dito, configuram um tipo de texto pertencente ao gênero narrativo. Normalmente, as crônicas são textos curtos e remetem a um contexto específico.

O principal meio de publicação de crônicas são jornais e revistas, mas atualmente elas também podem ser encontradas na internet, sendo que os escritores mais contemporâneos realizam essa publicação por meio de suas redes sociais.

No entanto, nem sempre foi assim. Afinal, as crônicas surgiram com a função de relatar fatos cronológicos, há muito tempo, e por isso seu veículo é o jornal. Ela foi criada com a intenção de parecer uma notícia.

Só que, com o passar do tempo, e devido ao tipo de linguagem coloquial utilizado, e a forma de recontar uma história do cotidiano levaram as crônicas a um patamar mais lírico, e hoje a crônica, apesar de ainda ser um texto jornalístico, está muito integrada à literatura brasileira.

Estrutura de texto de uma crônica

As características principais desse tipo de texto são a criação de poucos personagens, escrita mais simples e coloquial, narrativa de acontecimentos cotidianos e textos mais curtos.

Além disso, há uma presença muito forte da sátira, ironia, humor e também de críticas sociais contextualizadas, que refletem o caráter cotidiano da crônica.

Por fim, a crônica se estrutura da mesma forma que qualquer texto narrativo:

Introdução, ou começo

A introdução de um texto narrativo sempre deve descrever uma situação inicial que normalmente se repete sempre na história. Por exemplo, suponha que está escrevendo uma crônica sobre Joaquim, um menino comum que sempre vai de casa para a escola e da escola para a casa.

Ou seja, aqui você possui uma situação inicial, que se repete cotidianamente, e que vai configurar o começo da sua narrativa. Toda história começa a partir dessa situação.

Reviravolta

Para que aquela situação inicial se transforme em uma história interessante, tem que acontecer uma reviravolta. Então, se Joaquim sempre faz o mesmo caminho, em um dado momento, algo acontece antes de ele chegar ao seu destino que o faz agir diferente do esperado.

Desenvolvimento, ou meio

Depois de uma reviravolta, um fato vai levando ao outro, até que a situação dentro da sua narrativa já tenha desviado completamente da introdução. Esse é o momento em que Joaquim precisa lidar com a suas escolhas.

Clímax

Todo texto narrativo chega a um clímax, que é o ponto máximo de desenvolvimento, em que ocorre uma nova reviravolta, mas muito mais importante do que a primeira.

É o momento em que Joaquim decidirá se voltará para a escola e continuará sua rotina ou se vai mudar completamente o rumo de sua vida a partir daquele momento.

Conclusão, ou fim

Então, após o clímax, a personagem volta para uma situação que pode ser igual a inicial ou diferente, desde que isso configure uma nova rotina, que vai fazer tudo votar ao normal.

Tipos de crônicas

Nem toda crônica segue a mesma estrutura, pois existem variações. Assim, os tipos de crônicas são 9:

Descritiva

Tem um caráter especialmente descritivo, normalmente em escrita em 3ª pessoa, e tem como principal objetivo caracterizar o ambiente, as pessoas, e os fatos.

Narrativa

Essa crônica já se aproxima mais de um conto devido ao seu caráter romântico de narrar, podendo estar em 1ª ou 3ª pessoa.

Dissertativa

É como se o autor argumentasse de maneira sentimental a favor ou contra o fato que está narrando para poder contá-lo.

Narrativo-descritiva

Escrita em 1ª ou 3ª pessoa, ela tanto descreve os personagens quanto narra emotivamente os fatos de uma história.

Humorística

A história é contada fazendo-se uso de sátiras, ironia e outras figuras de linguagem que geram humor.

Lírica

Nessa crônica transparecem as emoções do autor e a história é contada com muitas figuras de linguagem, em especial a metáfora.

Poética

Também expressa muitas emoções e possui uma estrutura mais poética, como versos poéticos em forma de crônica.

Jornalística

É uma crônica mais fria, que apresenta os fatos sem muito uso de emoções ou recursos de linguagem.

Histórica

Sua narrativa é baseada em fatos históricos, e não cotidianos atuais.

Cronistas brasileiros importantes

Por fim, para tentar escrever uma crônica ou conhecer mais sobre esse gênero no Brasil, aqui estão alguns dos autores cronistas mais famosos do país, que possuem um ótimo repertório para deleite e inspiração:

  • Machado de Assis
  • Carlos Drummond de Andrade
  • Rubem Braga
  • Luís Fernando Veríssimo
  • Fernando Sabino
  • Carlos Heitor Cony
  • Caio Fernando Abreu

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