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Este ou esse: afinal, qual usar? Quando usar? Entenda aqui!

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É uma dúvida recorrente e que não prejudica a compreensão do que está sendo dito ou escrito, mas o mau emprego de “este ou esse”, por mais inofensivo que soe aos nossos ouvidos e olhos, inflige as regras da norma culta da língua, e se você estiver estudando para um concurso ou vestibular sabe que se é exigido o conhecimento da norma culta nos testes de português.

Então não há remédio. Se tem dúvida de qual e quando empregar “este ou esse”, precisa conhecer a regra para não cometer erros bobos que podem lhe custar a tão sonhada aprovação.

E mesmo se não for o seu caso, é interessante ficar por dentro das regras, da lógica imperante da língua para perceber que essas regras têm sentido, não são um catadão de normas imposta sem critério algum.

Está pronto para acabar de uma vez por todas com a dúvida de quando utilizar “este ou esse”?

Prossiga na leitura para saber mais.

Confira!

A classificação de este ou esse

“Este ou esse” na classificação gramatical se encaixa na categoria de pronomes demonstrativos.

Para refrescar sua memória colocamos todos eles:

  • Este;
  • Esta;
  • Isto;
  • Esse;
  • Essa;
  • Isso;
  • Aquele;
  • Aquela;
  • Aquilo.

Qual a função dos pronomes demonstrativos?

Essa classe gramatical tem como função na frase designar um lugar, uma posição, para demarcar tempo e ainda tem o papel de estabelecer a coesão do texto.

Exemplos:

  • Este carro é meu;
  • Esse carro é seu;
  • Neste dia;
  • Nesse dia;
  • O juiz expulsou o jogador. Essa decisão foi polêmica;
  • A decisão do juiz é esta: a expulsão do jogador.

Conferindo os exemplos talvez tenha ficado com mais dúvidas, pois percebeste o emprego tanto de “este” como de “esse” em frases idênticas e possivelmente extraiu o mesmo sentido em ambos os casos. Se o uso de “este ou esse” nos dois casos estão corretos, significa que é facultativo o emprego de cada um, estão corretos em qualquer circunstância?

Não, há momentos corretos de ser usar cada um e talvez não acredite, mas existe diferença de significado, ainda que sutil.

Ficou curioso de entender essas sutilezas, essas pequenas diferenças envolvendo o este ou esse?

Siga na leitura para descobrir.

As diferenças

O que defini qual e quando valer-se de “este ou esse” em uma determinada frase é a percepção de distância do enunciador, ou da referência a ser feita, em relação ao um objeto ou situação.

Para melhor explicação vamos dividir as situações em que ocorre o emprego de “este ou esse” por temas.

O lugar do enunciador

Como apontado anteriormente, o uso de “este ou esse” pode indicar a posição do próprio falante ou da posição de algo em relação a sua pessoa.

Um exemplo prático:

  • Este sapato é meu;
  • Esse sapato é seu.

Repare que no primeiro caso, “este” foi usado na frase em que o objeto citado tinha grau de proximidade maior com o enunciador. O Sapato era dele, ele que usava o sapato.

No segundo caso, vemos “esse” empregado na frase que o sapato tem relativa distância do enunciador, não é dele, mas do interlocutor com quem está interagindo.

Ou seja, o “este ou esse”, em relação a lugar do falante, é determinado pelo grau de proximidade. Quanto mais perto do enunciador, o correto é usar este, quanto mais distante, esse.

E os casos em que se utiliza aquele, aquela, aquilo? Esses se referem a uma situação em que o objeto ou pessoa não se encontram perto do enunciador, nem do interlocutor mais próximo, mas longe dos dois.

Veja o exemplo:

  • Aquela bola não é nossa.

Quando se trata de localidade, situações em que ocorrem mais erros do uso de “este ou esse”, mantém-se a mesma lógica da proximidade. Se a cidade ou estado for a mais próxima do falante, isto é, for o local onde mora, deve se usar “esta”, se for um ponto de referência, distante emprega-se o “essa”.

Digamos que o emissor da mensagem more em São Paulo e em dado momento se refira a outra cidade separada por centenas de quilômetros dele.

Esta cidade (São Paulo) é um caos; já essa cidade (qualquer outra) não acontece absolutamente nada.

Este ou esse

O tempo do enunciado

Outra situação em que se gera dúvidas quanto a forma correta de fazer uso de “este ou esse” diz respeito ao tempo.

Esse dia ou este dia?

Novamente o emissor desempenha papel central para determinar o emprego correto de este ou esse. Qual a distância dele ao tempo que se faz referência? Ele vive esse dia no momento, está próximo de chegar, já o vivenciou?

“Neste dia” faz referência ao dia em curso, ou seja, o qual se vive no momento ou que está para chegar, está muito próximo do enunciador, por isso “este”.

Nesse dia faz referência a um dia que já foi citado, vivido.

E novamente o aquele, aquela, aquilo servem ara designar algo muito distante do falante:

Dezesseis de dezembro de 1935. Aquele dia foi histórico.

O pronome demonstrativo e a coesão textual

O mesmo critério de proximidade vale para a questão do emprego de este ou esse, dos pronomes demonstrativos para bem da coesão textual.

Para se referir a uma citação que já foi feita anteriormente no texto, o certo é recorrer ao “esse”. Já o este, esta, isto são usados para anunciar alguma coisa. Exemplos:

Governo emite comunicado oficial recomendando a população se refugiar nas montanhas. Essa decisão já era esperada pelos analistas.

A regra de ouro de “este ou esse” em coesão textual é: referência a algo passado, esse, essa, isso, anúncio de algo por vir: este, esta, isto.

Considerações finais

O principal fator que determina o uso correto de este ou esse é o grau de proximidade, da distância, do enunciador em relação ao um objeto ou situação ou da referência a ser feita.

Quanto mais próximo do enunciador, este, se relativamente longe, esse, se muito afastado dos interlocutores, aquele.

Isso vale tanto para se referir a tempo ou lugar. Na coesão textual, se a menção é sobre algo já citado, o certo é esse, se é sobre algo a ser anunciado, este.

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