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Manoel de Barros: vida e obra

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Um dos maiores nomes da literatura brasileira contemporânea é Manoel de Barros. Considerado por Carlos Drummond de Andrade como o “maior poeta brasileiro vivo”, o autor apresenta um estilo único e inconfundível, bem como uma carreira extensa. Apesar de não ser conhecido do grande público, sua obra trouxe grande importância para o contexto literário nacional.

Por esse motivo, ao se preparar para as provas de literatura, vale a pena dar uma conferida na vida e carreira de Manoel de Barros. Ao entender um pouco da sua história, podemos entrar no contexto histórico da sua obra, bem como no seu estilo de escrita. Por fim, podemos ainda destacar quais foram suas principais obras e publicações.

Vida e carreira

Manoel Wenceslau Leite de Barros foi um renomado escritor brasileiro, natural de Cuiabá, nascido em 19 de dezembro de 1916. Sua infância e vida estudantil foram relativamente tranquilas, tendo morado em Campo Grande, quando estudava em um colégio interno, e se graduando em Direito na cidade do Rio de Janeiro. Lá, envolveu-se em algumas confusões devido a suas aspirações comunistas.

Seu primeiro livro de poesias foi publicado em 1937, e chamava-se “Poemas concebidos sem pecado”. Apesar de suas convicções políticas, Manoel de Barros desiste do partido comunista brasileiro, desiludido, o que o leva a morar em outros países durante um período de tempo. Em 1960 ele retorna ao Brasil, e até sua morte ele exerce o ofício de escritor, tendo sido agraciado com diversos prêmios. Falece aos 97 anos em 13 de novembro de 2014.

Contexto literário do autor

Se pensarmos cronologicamente, a construção literária de Manoel de Barros se reaciona ao contexto do Modernismo brasileiro. Sendo assim, a obra do autor insere-se na terceira geração, ou geração de 45. No geral, esse contexto é marcado pelo período entre-guerras, e as temáticas são voltadas para a natureza humana, suas contradições e sentimentos, entre outros.

Porém, sua obra foi inicialmente motivada pelas vanguardas europeias, pela Poesia Pau-Brasil, e pela antropofagia de Oswald de Andrade. De maneira geral, apesar de sua estreia ter sido em 1937, Manoel de Barros seguiu escrevendo e aprimorando seu estilo durante toda a vida. Sua produção, logo, também sofreu diversas influencias de diferentes contextos, como o pós modernismo e a literatura contemporânea.

Estilo literário

Quando se pensa em Manoel de Barros, pensa-se quase exclusivamente na literatura lírica. Sua poesia inicial era bastante voltada à geração de 22, mas isso alterou-se com o tempo. No geral, pode-se destacar em seus poemas o seu cuidado e trato da palavra escrita. Ao longo da sua produção, encontram-se neologismos ─ criação de novos termos ─ e sinestesias ─ ou seja, a representação escrita de sentidos e sensações.

Apesar de soar como um poeta surrealista, sua poesia não vai se encaixa bem nessa seara. As temáticas de suas composições, apesar de soarem surreais, são quase sempre tratadas de forma racional e clara. Suas temáticas giram em torno da busca pela felicidade, das comparações da infância com a vida adulta, o medo da morte e o destino da vida humana.

Principais obras e publicações

A obra de Manoel de Barros é muito vasta e difícil de ser resumida. Porém, tomando alguns títulos como guia, temos o primeiro livro do autor, “Poemas concebidos sem pecado”, de 1937, profundamente marcado por um lirismo diferente do resto da sua carreira.

Em “Compêndio para uso dos pássaros”, 1960, Manoel de Barros traça um pouco da sua temática em volta da natureza ─ fato que decorre da sua convivência com o pantanal. Já em “Gramática expositiva do chão” e “Arranjos para assobio”, a poesia voltada no trato da palavra já se mostra bem presente e consolidada.

Manoel também teve produções para a literatura infantil, como em “Exercícios de ser criança”, publicado em 1999.


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