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Thomas Hobbes, sua história e principais contribuições

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Thomas Hobbes foi um teórico político nascido em 5 de abril de 1588. Entre suas contribuições, Thomas Hobbes ainda atuou como matemático e filósofo inglês. Sua vida foi cercada de personalidades ilustres e repleta de realizações para a sociedade contemporânea e moderna. 

Seu feito mais notável se deu com a edificante obra “Leviatã”, cujo intuito central é defender o regime absolutista. Em Leviatã, Hobbes ainda aborda a fundamentação das teses de contrato social para legitimar sua ideia.

Primeiros anos

O teórico político Thomas Hobbes veio ao mundo no dia 5 de abril de 1588, em Westport, na Inglaterra. Como filho de um vigário, clérigo anglicano de Westport, Thomas vivenciou uma infância de pavor. Seus primeiros anos foram marcados pelo temor da invasão dos espanhóis à Inglaterra, durante o reinado de Rainha Elizabeth I.  

Em vista de uma desavença com um segundo clérigo diante sua igreja, o pai de Thomas Hobbes abandona os três filhos e esposa. Por conseguinte, o pequeno Hobbes e seus irmãos são deixados sob a tutela do irmão do vigário.

Thomas entra no colégio da igreja em Westport no seu quarto aniversário. Em seguida, o futuro filósofo é matriculado em um colégio particular do condado. Logo cedo, aos quinze anos, Thomas Hobbes ingressa na Universidade de Oxford. Em Magdalen Hall, o garoto se forma aos vinte anos, no ano de 1608.

Viagens pelo continente

Por sua vida toda, Thomas Hobbes esteve ligado à monarquia inglesa. Thomas foi o preceptor do segundo duque de Devonshire, William Cavendish, tornando-se um amigo íntimo da família pelo resto dos seus dias.

Thomas e William viajaram pela França e Itália durante os anos de 1608 e 1610. A prática era um costume comum na época do teórico político e do duque de Devonshire.

Durante suas viagens, Hobbes ficou a par de que a filosofia de Aristóteles, da qual estudara em seus anos em Oxford, estava sendo desmoralizada. À época, Aristóteles estava sendo desacreditado e combatido, tendo seus feitos preteridos devido às descobertas de Kepler e Galileu.  

Em prol de reverter essa cena, Thomas Hobbes contrata Frances Bacon como seu secretário. Juntos, a dupla traduz para o idioma latim, entre os anos de 1621 e 1625, alguns ensaios de Aristóteles.

William Cavendish morre em 1628, no tempo em que Thomas Hobbes torna a partir em viagem com seu mais novo aluno. Foi durante essa estada em território francês, entre os anos de 1629 e 1631, que o interesse de Thomas Hobbes por Euclides e matemática veio à tona.

Devido ao seu excelente histórico com o duque de Devonshire, no ano de 1631 Thomas foi convocado para preceptor de um segundo filho da família de Cavendish. Logo, em meados de 1634, Hobbes parte para sua terceira viagem através do continente. Nessa aventura, Thomas trava contato com Marin Mersenne, teólogo e matemático. Dois anos mais tarde, em 1636, Thomas conhece duas outras figuras ilustres: Descartes e Galileu Galilei. Todavia, Thomas possuía discordâncias para com o experimentalismo do último, bem como com o de Francis Bacon.

Thomas Hobbes

Principais obras

De Cive, publicado em 1642

No ano de 1638, o teórico político regressa para a Inglaterra. Nessa altura, o país se encontra  a ponto de irromper uma guerra civil.

Dois anos depois, em 1640, Hobbes passou a circular o terceiro exemplar de sua filosófica trilogia de obras. O manuscrito distribuído de Thomas para seus amigos se chamava  “De Cive” (ou, em PT-BR, Do Cidadão). Sob o título de “Elementos da Lei Natural e Política”, Thomas aborda assuntos que tocam os interesses do Estado e da Igreja. Na concepção de teórico, a cristandade do Estado e da Igreja eram um só corpo, onde no topo estaria encabeçado o monarca. Essa ideia foi publicada oficialmente com seu livro em 1642.

Leviatã, publicado em 1651

Vivendo em Paris, durante o ano de 1951, Thomas Hobbes publica sua obra intitulada “Leviatã”, onde toma partido fervoroso por seus ideais monárquicos absolutistas. A concepção do filósofo partia de sua leitura da sociedade em que estava inserido, constantemente ameaçada por discórdias, conflitos e guerras civis. Segundo Hobbes, os integrantes de sua sociedade contemporânea viviam uma guerra de todos contra todos e de todos entre si.

Ainda de acordo com o teórico político, não havia nada harmonioso para confiar ao estado primário da natureza. Essa visão filosófica ficou eternizada em sua frase “o homem é o lobo do homem”, onde Hobbes expressa a natureza selvagem onde o homem foi inserido desde o princípio.

O filósofo defendia que a civilidade de uma sociedade seria conquistada por intermédio de um contrato social. Neste contrato, proposto por Hobbes, todos os indivíduos deveriam concordar em transferir e confiar suas liberdades a um único homem. Esse homem, naturalmente, seria o Rei, o único detentor do monopólio de violência. A nenhuma, senão a sua autoridade, seria concedido o direito de impor sua palavra em nome do bem comunitário.

Na visão de Thomas, não existia liberdade ou direito à vida e propriedade que não fossem assentidos pela autoridade do Rei. Voltar-se contra isso significava, para o filósofo, retroceder à incivilidade do reino animal, onde a violência impera solta e soberana e põe em risco os feitos da civilização.  

Thomas Hobbes

Últimos anos de vida

Quando a monarquia é restaurada, em 1660, o príncipe Carlos retorna à Inglaterra a fim de receber a coroa sob o nome de Carlos II. Embora Carlos fosse crítico em relação a Thomas, concorda em mantê-lo em sua corte e agraciá-lo como uma generosa pensão.

Thomas Hobbes, então com seus oitenta anos de idade, é um homem ateu. Essa posição o coloca em risco quando, no ano de 1666, o Parlamento admite a lei que combate ateísmo e seus adeptos. Sentindo-se inseguro quanto ao cenário, Thomas se apressa em queimar os papéis que incriminam seu ateísmo.

Mais tarde, o Parlamento retira a lei que proíbe o ateísmo. Por outro lado, Thomas permaneceu impedido pelo Rei de expressar seus pensamentos livremente, se esses dissessem respeito a publicações sobre o comportamento humano.

Morte

Thomas Hobbes falece em 4 dezembro de 1679, em seu condado natal, Wiltshire, na Inglaterra, na altura de seus novente e um anos. Antes de falecer, Thomas fez sua última contribuição para a humanidade traduzindo os livros “Odisseia” e “Ilíada” para o idioma inglês.


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