Não é nenhum segredo que uma das maiores dificuldades da língua portuguesa é a correta conjugação dos verbos – e a existência de verbos irregulares não facilitam muito essa jornada. A maior parte dos verbos de nossa língua são regulares, o que significa que eles podem ser conjugados através de uma fórmula básica de utilização.
Os verbos irregulares, no entanto, são aqueles que exigem modificações próprias, que não necessariamente seguem a uma regra abstrata à qual se aplicam em conformidade a outros verbos.
Como é de se esperar, isso aumenta significativamente a dificuldade de conjugação. A boa notícia, por outro lado, é que geralmente já utilizamos estes verbos irregulares em nosso cotidiano, e basta organizar a informação para que ela passe a fazer mais sentido – não é necessário reaprender palavras, por exemplo.
O que é um verbo irregular?
Os verbos irregulares, por definição, são todos aqueles que, em seu processo de conjugação, apresentam alterações em seu radical. Via de regra, o radical de um verbo é a parte que é mantida durante a conjugação – regra essa que é quebrada com os verbos irregulares.
Por isso, um verbo irregular é aquele que, em qualquer conjugação de tempo e pessoa, apresenta seu radical modificado (e não apenas o complemento indicativo de tempo/pessoa).
É o caso do verbo “dizer”, por exemplo. Seu radical é “diz-“. Fosse um verbo regular, a primeira pessoa do presente do indicativo provavelmente seria conjugada como “Eu dizo” ou “Eu dize”. A forma correta, no entanto, é “Eu digo”, o que rompe seu radical original, e demonstra ser um verbo irregular.
Diferença entre verbos irregulares e regulares
A diferença entre os verbos regulares e os verbos irregulares está na existência ou não de uma fórmula para sua conjugação. No caso dos verbos regulares, basta manter o radical da palavra e aplicar os determinantes de tempo e pessoa neste radical, de acordo com a gramática.
Neste caso, não é importante, de forma direta, qual o verbo sendo conjugado – bastando saber que sua natureza é regular. Com a informação, a conjugação é idêntica a todos os outros verbos regulares.
Já entre os irregulares, o verbo em si possui características próprias, que podem mudar complemente a forma como ele é conjugado. Isso adiciona certa complexidade e necessidade de um maior vocabulário para garantir a conjugação correta.
Deve-se levar em consideração, ainda, que os verbos irregulares não irão apresentar mudanças em todas as suas conjugações – é provável que muitas conjugações sigam as regras regulares, mas “inventem” formas próprias em certas situações.
Verbos irregulares da língua portuguesa
Na língua portuguesa, há um total de 167 verbos irregulares. Obviamente, não é necessário decorar as conjugações de todos, a menos que você pretenda saber essa informação para um uso específico.
Há, no entanto, alguns destes verbos que são significativamente mais corriqueiros em nosso vocabulário. É o caso dos exemplos, por ordem alfabética:
- Verbo atingir;
- Verbo boiar;
- Verbo caber, na segunda conjugação;
- Verbo dar, na primeira conjugação;
- Verbo dizer;
- Verbo estar, na primeira conjugação;
- Verbo fazer, na segunda conjugação;
- Verbo fechar;
- Verbo haver;
- Verbo ir, considerado anômalo;
- Verbo medir, na terceira conjugação;
- Verbo nascer;
- Verbo ouvir;
- Verbo pedir, na terceira conjugação;
- Verbo poder, na segunda conjugação;
- Verbo pôr, na segunda conjugação;
- Verbo querer, na segunda conjugação;
- Verbo saber, na segunda conjugação;
- Verbo ser, considerado anômalo;
- Verbo trazer;
- Verbo vir;
Os chamados verbos anômalos são aqueles irregulares, mas que sofrem grandes alterações em seu radical. O fato de um verbo ser considerado anômalo não tira sua característica de irregular, é importante levar isso em consideração.
Outro fator interessante a ser observar é que – por não possuir uma regra geral – os verbos irregulares precisam ser individualmente conhecidos pelo interlocutor.
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