A língua portuguesa, como bem sabemos, é recheadas de situações nas quais a utilização das palavras podem parecer um pouco confusas para os mais desavisados. Palavras foneticamente parecidas, mas com significados distintos ou expressões que confundem-sem dificultam a vida de quem precisa escrever de acordo com a norma culta.
A situação ocorre de maneira tão intensa que até mesmo conflitos que não existem tornam-se um problema. Um exemplo típico dessa situação é a dúvida entre de repente ou derrepente. A existência de parônimos e várias outras armadilhas da língua fazem com que até mesmo situações como essas, em que não há conflito, pareçam “traiçoeiras”.
A boa notícia é que no caso entre de repente ou derrepente não há conflitos ou regras complicadas para serem memorizadas. Há apenas uma resposta que será sempre utilizada, enquanto a outra não existe na língua. A má notícia é que os casos em que há uma única resposta simples são uma minoria, e a facilidade deste caso é rara em outras dúvidas.
De repente ou derrepente: qual o certo?
De maneira simples e direta, só há uma resposta: de repente. A expressão “derrepente” não existe na língua portuguesa sob nenhuma circunstância. Quando escrita em apenas uma palavra, a expressão torna-se simplesmente um erro ortográfico.
A expressão “de repente” é uma locução adverbial, formada por duas palavras distintas que, quando utilizadas em conjunto (e não juntas) expressam o significado de “subitamente”, “repentinamente”, com função de determinação de modo ou tempo.
Por isso, repita-se sempre que possível: não há dúvidas entre de repente ou derrepente. A expressão só existe quando ocorre em duas palavras separadas.
Qual a natureza da expressão “de repente”?
A expressão “de repente” é uma locução adverbial. Isso significa que trata-se da utilização conjunta de uma ou mais palavras que possuem uma atuação semelhante à de um advérbio – alterando, portanto, o sentido do verbo.
A locução adverbial, neste caso, é formada de uma preposição “de” seguida pelo substantivo “repente”. A utilização das duas palavras sempre deve ser feita separadamente, e o substantivo sempre deve ser apresentado no masculino, sem flexões por motivos de gênero.
Vale notar, em alguns exemplos, que a utilização do termo não muda, a despeito do gênero do sujeito da oração. Perceba:
– A garota, de repente, levantou-se na escuridão.
– O policial, de repente, ordenou que eu fosse para longe sem fazer perguntas.
Cuidados e confusões
A expressão apresenta algumas confusões além da relação entre de repente ou derrepente. Mais do que a locução adverbial, existe um uso comumente utilizado em diversas regiões do país que foge da norma culta da língua portuguesa.
Trata-se da utilização da expressão “de repente” como uma locução que indica uma possibilidade, uma incerteza que pode ocorrer. É o que se pode observar no diálogo:
– Você vai à festa na Joana?
– Ainda não sei. De repente, apareço por lá!
Segundo a norma culta da língua portuguesa, este uso não está correto. Não é um problema na utilização do dia a dia, mas pode descontar pontos em uma redação ou nota, quando o termo que é utilizado para determinar modo ou tempo passa a ser adotado como um indicativo de probabilidade. É importante ter este cuidado para não perder pontos!
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