A Guerra da Cisplatina representa um importante período de conflito armado do Brasil imperial. Trata-se de um episódio que diz respeito não apenas à história do Brasil, mas permite a percepção da influência do país no continente no qual encontra-se.
A Guerra da Cisplatina resultou em uma série de situações relevantes, incluindo a criação de uma chamado Estado “tampão”, com o objetivo de estancar a guerra. Este Estado é chamado, hoje, de Uruguai.
O conflito armado ocorreu entre 1825 e 1828, e teve um importante papel na forma como o Império do Brasil seria interpretado, e até mesmo em seu reconhecimento institucional, ao tratar diretamente com outros Estados como uma nação independente durante o conflito.
Este reconhecimento internacional era extremamente importante para um país independente havia pouquíssimo tempo, mas obviamente foi acompanhado de uma série de consequências. Entenda a Guerra da Cisplatina, suas causas, contexto e consequências:
Contexto da Guerra da Cisplatina
A disputa armada na cisplatina não possui sua origem no contexto puramente brasileiro, muito menos apenas a partir de sua independência. Desde o final do século XVII, Portugal e Espanha clamavam pela posse do território disputado na ocasião.
Até o ano de 1816, a Espanha possuía aquele território, que foi invadido e conquistado pelos Portugueses, sendo chamado de Província Cisplatina por D. João VI de Portugal. Com língua e cultura hispânicas, no entanto, a região rapidamente rejeitou a anexação, inciando-se um movimento de independência que resultaria na Guerra da Cisplatina.
Causas da Guerra da Cisplatina
A principal causa do conflito pode ser apontada como a conquista portuguesa e a anexação do território a despeito da clara rejeição da população – em especial a elite espanhola já estabelecida na região.
Outro aspecto importante do episódio era a necessidade de reconhecimento da independência do Brasil. Recém ocorrida, era necessário que o contexto internacional – especialmente seus vizinhos – aceitasse o Brasil como um país soberano. As guerras e as comunicações institucionais com outros Estados aceleram este processo.
Desenvolvimento do episódio
Iniciada em 1825, a Guerra da Cisplatina iniciou-se com o movimento de emancipação da região, liderado pelo general Juan Antonio Lavalleja, que declarou a independência da Cisplatina em relação ao Brasil. Os militares contaram com o apoio da já estabelecida Argentina para a ocasião.
Imediatamente, Dom Pedro I do Brasil declarou guerra ao movimento de emancipação ainda em 1825, no início de dezembro. A enormes custas financeiras, logísticas e humanas, a batalha foi travada durante três anos. Dada a distância e a situação do novo Estado brasileiro, o maior exército do império brasileiro acabou tendo dificuldades de enfrentar as Províncias do Rio da Prata, e acabaram perdendo.
França e Reino Unido, sem interesses na manutenção de uma guerra na região, fizeram com que os participantes formassem um acordo de paz duradouro para encerrar o conflito. Em 1828, a paz foi assinada no Rio de Janeiro, junto à criação da independente República Oriental do Uruguai.
Consequências da Guerra da Cisplatina
Além da óbvia consequência da elevação do Uruguai a Estado soberano, uma série de outras situações puderam ser observadas no contexto brasileiro. A primeira delas foi o desenvolvimento de questionamento a Dom Pedro e seu domínio sobre o império.
Os custos da guerra, o aumento da dívida e as mortes geradas deram espaço a diversos questionamentos que seriam mantidos pelos anos seguintes.
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