A monarca popularmente conhecida como Princesa Isabel foi regente no Império do Brasil, e viveu durante os anos de 1846 e 1921. Ela é especialmente conhecida por ser a monarca responsável pela assinatura de leis abolicionistas e por ser a última princesa antes da instalação da República no país.
Teve três períodos de regência, durante as ausências do imperador e seu pai, Dom Pedro II do Brasil. A Princesa Isabel nunca chegou a assumir o trono de forma oficial, para além da regência, pois a instalação da República no Brasil ocorreu antes que isso ocorresse.
Suas ações contemplam as poucas ocasiões nas quais uma mulher tratou em nome do poder monárquico no Brasil, e suas participações contam alguns dos episódios mais interessantes do período de legitimidade do família real no Brasil. Saiba mais sobre a história da Princesa Isabel, o contexto no qual viveu, e qual foi sua importância na história do Brasil:
Nascimento e início da vida
Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbon foi a terceira filha de D. Pedro II com Tereza Cristina, sendo a primeira mulher – irmã de outros dois príncipes mais velhos. Nascida em 29 de julho de 1846, tornou-se a primeira na linhagem real com a morte de seus dois irmãos. Tinha, ainda, uma irmã mais nova, Princesa Leopoldina, com quem sempre demonstrou bastante proximidade.
A princesa foi educada por diversos membros da nobreza nacional, sendo reconhecidamente interessada nos estudos de diversas áreas – incluindo as ciências exatas. Em seus temas de estudo, demonstrava afeição a certas pautas progressistas em voga no contexto nacional, que fomentava diversas discussões políticas e sociais.
Aos 14 anos, de acordo com aquilo que regia a Constituição da época, ela jura sua dedicação às instituições brasileiras – no período, os monarcas juravam pela manutenção da religião católica, pela observação à constituição política e pela obediências às leis e ao imperador. Aos 18 anos, Princesa Isabel casa-se com Conde D’eu em outubro.
Início da vida política
Segundo a Constituição Brasileira de 1824, o herdeiro ao trono brasileiro deveria tornar-se senador do país ao completar seus 25 anos. Com Isabel, não foi diferente, assumindo o cargo em julho de 1871, sendo a primeira senadora mulher da história do país.
Já no seu primeiro ano no Senado, assume a regência nacional quando seu pai viaja para a Europa. É nesta oportunidade, em 1871, que a regente assina a Lei do Ventre-Livre, que fazia livres os filhos de escravos que nascessem a partir de então.
Quatro anos depois, tem seu primeiro filho – D. Pedro de Alcântara. Em seguida, ainda em plena atividade política, teria mais dois filhos, um a cada três anos seguintes, que seriam a nova linhagem de chegada ao trono imperial.
Segunda e terceira regências
Quando D. Pedro retorna à Europa para um providencial tratamento de saúde, a princesa vê-se no meio de um movimento ainda mais forte de discussão social a respeito da escravatura. Seu posicionamento de proximidade às correntes abolicionistas já era conhecidos no período, aliando-se aos seus discursos.
Este posicionamento gerando grandes tensões, considerando que a setor da população contrário ao fim da escravatura era, também, o mais rico – justamente aquele que utilizava-se da mão de obra escrava.
Em 13 de maio de 1888, fez aquilo que provavelmente considera-se sua maior contribuição histórica: a assinatura da Lei Áurea, onde a Princesa Isabel declarava libertos todos os escravizados do país. É necessário sempre considerar que não tratou-se de um ato de bondade da princesa, mas da evolução de todo um contexto histórico – o Brasil foi o último país independente a abolir a escravatura.
Proclamação da República e fim da vida
Em função do forte movimento republicano – também surgido em função da revolta dos donos de grandes porções de terra após a abolição da escravatura, o Brasil encaminhou-se rapidamente para a proclamação da República, feita no dia 15 de novembro de 1889 – pouco mais de um ano após a Lei Áurea.
A Princesa Isabel, assim como toda sua família, foi exilada, instalando-se no castelo da família de seu marido na Normandia. Viveu no local até seu falecimento, em 14 de novembro de 1921. Atualmente, seus restos mortais estão em Petrópolis, no Mausoléu da Catedral da cidade.
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