O feudalismo é um dos sistemas de períodos históricos mais importantes para entender a estruturação e o pensamento da sociedade atual. Foi uma época de muitos tabus, mas ao mesmo tempo, houve uma construção inteligente de pactos e produção de recursos.
É importante compreendermos os mais diversos períodos históricos da trajetória humana, pois eles sempre se repetem, como um ciclo e, tendo estudado, saberemos como evitar os mesmos problemas de nossos antepassados.
Por isso, não deixe de conhecer o que é o feudalismo, como ele se deu, quais os principais problemas e as vantagens que ele trouxe para o mundo em que vivemos.
O que é feudalismo
O feudalismo foi um sistema de organização social e política baseado em relações servis. Ele aconteceu na Europa, durante a Idade Média, surgindo logo após a queda do Império Romano, em um dos períodos mais antigos da humanidade.
Basicamente, ele foi um tipo de sistema que sucedeu o nomadismo e antecedeu o capitalismo, passando, claro, por diversas modificações. Mas, se for parar para pensar, ele serviu como uma grande ponte e evolução do sistema nômade para as relações comerciais e sociais que possuímos atualmente.
Como funcionava o sistema feudal
O sistema feudal se dava da seguinte maneira: Os reis viviam em castelos bastante isolados e protegidos do resto da sociedade. Eles forneciam terras para os nobres, conhecidos como senhores feudais.
Os senhores feudais, por sua vez, concediam pequenos pedaços de terra, chamados de feudos, para os seus servos, que eram camponeses que podiam morar e produzir naquele feudo, de forma a conquistar a sobrevivência, mas em troca sempre precisavam dar uma parte de toda a produção para os donos da terra.
Além de fornecerem o feudo para os camponeses, os senhores feudais também ofereciam proteção contra os ataques bárbaros, de sociedades inimigas. Em teoria, tudo era muito organizado e deveria funcionar com todas as partes satisfeitas.
No entanto, na prática isso era bem diferente. Isso porque o sistema não permitia avanços tecnológicos, já que os servos eram explorados, de forma que qualquer excedente seria entregue ao senhor feudal. Então, para quê incrementar a produção, se não receberei lucro? Era assim que os camponeses pensavam, ou sequer pensavam, impedindo o sistema de crescer.
Além da exploração, não era qualquer camponês que conseguia um feudo. Para ter uma terra só sua, o cidadão precisaria ser descendente dos povos germânicos, os considerados nobres e herdeiros daquelas terras.
Outra forma de ter terras, era fazendo parte do alto clero, pois apenas aqueles “escolhidos por Deus” tinham por direito o acesso a um pedaço de terra, podendo usá-lo como bem quiser, “em nome da igreja”.
O resto deveria servir, e para servir precisaria oferecer algo bom em troca do feudo, como um casamento, auxilio em uma guerra, dentre outras coisas, que traziam também certas desvantagens para os soldados e camponeses.
Tributos e impostos
Durante o feudalismo, Além de todo o esforço para conseguir um feudo, os camponeses precisavam pagar impostos para que viver naquela sociedade. Alguns dos principais impostos eram:
- Corveia: pagamento em forma de trabalho nas terras do senhor feudal;
- Talha: uma parte equivalente a um terço da produção do servo deveria ser entregue ao nobre;
- Banalidade: um tipo de tributo cobrado pelo uso de instrumentos do feudo, como o moinho, o forno, o celeiro, as pontes e estradas;
- Capitação: imposto pago por cabeça, ou seja, por cada membro da família;
- Tostão de Pedro ou dízimo: 10% da produção devia ser pago à Igreja, para manutenção da capela;
- Censo: tributo que os vilões, ou seja, as pessoas livres, deviam pagar para a nobreza;
- Formariage: quando o nobre resolvia se casar, todo servo ocupador de seus feudos devia pagar uma taxa para ajudar no casamento;
- Mão Morta: devia ser pago para que a família pudesse permanecer no feudo após a morte do pater famílias, que era o homem da família que possuía o acordo com o nobre;
Crise do feudalismo
Como todo sistema que não existe mais, o feudalismo passou pela sua crise. E, basicamente, o que aconteceu foi uma troca de sistema, buscando uma evolução econômica e comercial.
A população começou a crescer e, para isso, novas técnicas agrícolas precisaram ser criadas para dar conta da demanda de alimentos. Os nobres continuaram a explorar os servos, tentando obter o excedente, mas revoltas populares começaram a estourar.
Por causa do aumento populacional e das novas técnicas, a demanda por terras era muita e não tinha mais como o poder ficar tão descentralizado. Além disso, o trabalho servil foi dando espaço ao trabalho assalariado, como forma de continuar a exploração de uma maneira passiva.
Assim, o feudalismo entrou em crise, a burguesia ascendeu e um novo sistema capitalista começou a ser implantado em diversos lugares da Europa.
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