Se vier alguém lhe perguntando na rua, um daqueles repórteres de telejornal vespertino, ou de um programa como o saudoso “Provocações”, o que é norma culta, o que responderia?
Provavelmente, mais pela palavra “culta” do que pela “norma” de que seria a escrita correta, que obedece todas as regras gramaticais, ortográficas e que faz uso de termos e expressões muito refinados, ao alcance de ilustres intelectuais, pessoas formadas na faculdade, “escrita de dôtor”, advogado etc.
Mas se assim for, porque há uma diferenciação, uma categoria a parte da chamada norma culta, de nome norma-padrão? Porque, não, não se trata de sinônimos, são duas categorias de “normas”.
E se lhe dissermos que o que se ensina nas escolas hoje é a norma-padrão? Provavelmente a dúvida sobre o que é norma culta tende a aumentar ou no mínimo gerar mais confusão.
Ora, se a norma culta, partindo do princípio que seja a forma mais “correta” de escrita e fala, é a que melhor faz uso, a que mais respeita as regras de nosso vocabulário, de nossa língua, porque não se é ensinada na escola? O que seria a norma-padrão? Uma versão mais enxuta da norma culta, que ensina o básico do básico, sem se aprofundar muito nos estudos de nosso idioma?
Calma, é compreensível a confusão já que o mais lógico de fato seria ter um padrão único, principalmente nas salas de aula, no que se refere a aplicação das regras linguísticas.
Tiraremos todas essas dúvidas a respeito do que é norma culta a seguir.
Confira!
O que é norma culta?
Para não ficar dúvidas quanto ao o que é norma culta, trata-se do emprego correto de todas as normas gramaticais de nossa língua, tanto para falar como para escrever, marcada pelo rigor da observância de tais regras e do uso de palavras cultas. É bem vista no mercado de trabalho, por exemplo, pois demonstra que a pessoa tem capacidade de se comunicar com segurança por dominar todas as regras e de que provavelmente pertença a uma casta seleta, de universitários formados ou prestes a se formar, já que normalmente a norma culta é utilizada por pessoas com alta escolaridade, intelectuais, estudiosos etc.
É tido por muitos como a forma, a única forma, de se escrever ou falar, no entanto isso rende discussão dentro da academia, nos centros pedagógicos.
Por quê?
Alguns teóricos, linguistas, gramáticos defendem que normas linguísticas não são imutáveis, elas se adaptam ao contexto de uma época, de um grupo de pessoas, que se tornam uma regra, uma norma, um conjunto de normas que determinam o uso correto de uma língua não por terem sido criadas a partir de um consenso de que tal forma de escrita ou fala é a “correta”, mas porque passou a ser algo natural dentro um grupo, no conjunto da sociedade.
Alguns até questionam o sentido da questão o que é norma culta, já que ela é encarada como a forma “certa” do uso da língua por várias vertentes de estudiosos, ou como a única forma aceitável, que como dito rende discussões.
Os críticos apontam que a chamada norma culta ficou congelada no tempo, que ela iniciou-se com um trabalho de pesquisa pela elite intelectual há mais de 50 anos atrás, mas que não avançou nesses estudos, ficou estagnada e por isso totalmente descolada da realidade, do contexto de grande parte dos brasileiros ou de outras pessoas da comunidade lusófona, o que explicaria em muitos casos do porque soar anacrônica e não conseguir fazer a ação vital para a sobrevivência, para a efetividade de qualquer idioma, se comunicar, transmitir a mensagem ao interlocutor.
Por isso ocorre da norma culta só fazer sentido em determinados contextos, geralmente bem específicos e que nem os que fazem questão de a seguirem usam-na o tempo todo, principalmente na linguagem oral. É comum que uma pessoa que escreva segundo o padrão da norma culta fale de um modo considerado fora desse padrão, para se fazer entender, para fazer uso de uma linguagem mais moderna e acessível a todos.
Por essa razão, os gramáticos defendem que nas escolas seja praticado o modelo conhecido como norma-padrão.
O que é a norma-padrão?
Depois de explicar o que é norma culta, vamos finalmente nos debruçar sobre a tal norma-padrão.
Ela se trata de um tipo de linguagem alternativa, uma versão mais pobre da norma culta?
Para tirar qualquer tipo de receio sobre a norma-padrão, porque do jeito que a escola e os professores vêm sendo maltratados, questionados nesses últimos tempos, é capaz de que acredite que a intenção seja “deseducar” as crianças ou incutir algum tipo de ideologismo.
Mas não é nada disso. A norma-padrão tenta, pelo contrário, facilitar o aprendizado dos alunos com uma linguagem mais atual. As regras básicas, elementares da língua portuguesa continuam presentes, porque não tem como retirá-las da grade de ensino já que fazem parte das diretrizes de ensino, são exigidas para a prestação de exames de avaliação de desempenho e para vestibulares ou concursos, então não faria o menor sentido, seria contraproducente, para qualquer governo um descompasso dessa magnitude entre o que é ensinado e o que é exigido no mercado de trabalho.
O que a norma-padrão defende e que cai mais ao gosto da visão dos pedagogos, linguistas é a constante atualização tendo em vista as transformações causadas pelos falantes da língua. A linguagem não se mantém inalterável, ela vai se modernizando, ganhando novas expressões e até novas palavras.
Entende-se que é mais fácil para o jovem aprendiz compreender as regras básicas de escrita e fala ao se deparar com uma linguagem que lhe seja familiar, que faça parte de seu cotidiano, pois dessa forma se conectará, se entrosará com o assunto mais rapidamente. Ao contrário de simplesmente se expor um conjunto de regras valendo-se de expressões datadas do século XIX.
Considerações finais
Respondendo o que é norma culta: prática da língua em meios sociais considerados cultos que seguem padrões linguísticos tidos por muitos como corretos, principalmente na escrita, por apresentar elevado rigor e correção gramatical.
Gramáticos questionam as afirmações de que seja a forma mais aceitável de empregar o uso da língua, não por apresentar problemas de lógica ou de natureza conceitual, mas por ter se estagnado no tempo, não ter tido mais pesquisas para atualizá-la, modernizá-la, a deixando mais em sintonia com os falantes da língua na atualidade, o que defendem e se emprega com a norma-padrão, que mantém o ensino de todas as regras bases, mas não se vale dos exemplos, do estilo da chamada norma culta.
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