Muitas pessoas acreditam que os advérbios na nossa língua portuguesa se aplicam apenas nos termos que terminam com “mente”, porém, depois do que vamos de explicar, será mais fácil perceber que não é bem assim que as regras de linguagem funcionam.
A língua portuguesa possui vários tipos de advérbios e muitos não termina com a palavra “mente”, que acaba sendo dita sem o devido valor. Hoje você entenderá do que se trata o advérbio, além de como usá-lo no dia a dia e na sua escrita.
Mas o que exatamente é o advérbio?
Um advérbio é aquela palavra que possui o poder de transformar verbos, adjetivo e até mesmo outro advérbio.
Exemplo prático
- João e Maria estudam muito (transforma o verbo).
- Aquele homem é bastante baixo (transforma o adjetivo).
- Está seco demais (transforma o advérbio).
Tipos de advérbios
O tipo de advérbio pode mudar de acordo com a ideia que transmite ou quanto à circunstância, podendo se classificar em diversos subgrupos, como mostramos nos tópicos a seguir.
Advérbio de lugar
- Atrás;
- Longe;
- Perto;
- Acolá;
- Lá;
- Acima;
- Abaixo;
- Ali;
- Aqui;
- A; e
- Luga, entre outros.
Advérbio de modo
- Depressa;
- Devagar;
- Apenas;
- Assim;
- Mal; e
- Bem, entre outros.
Advérbio de intensidade
- Que;
- Assaz;
- Algo;
- Demais;
- Menos;
- Mais;
- Tão;
- Bastante;
- Pouco; e
- Muito, dentre outros.
Advérbio de afirmação
- Pois não;
- Pois sim;
- Certamente;
- Certo;
- Deveras; e
- Sim, dentre outros.
Advérbio de negação
- Tampouco;
- Não; e
- Nada.
Advérbio de dúvida
- Porventura;
- Acaso;
- Quiça; e
- Talvez, dentre outros.
Advérbios interrogativos
Esse tipo de advérbio costuma ser reconhecido devido à sua função dentro de uma frase interrogativa, diferente dos anteriores que são por circunstância. São eles:
- Por que (causa);
- Onde (lugar);
- Como (modo); e
- Quando (tempo).
Exemplo prático
- Onde ele foi?
- Por que deixou ele ir?
Locuções adverbiais
As locuções adverbiais são formadas por duas ou mais palavras com ação de advérbio, que transformam algum verbo, advérbio ou adjetivo. São elas:
- De cor;
- A esmo;
- Ao vivo;
- A cavalo;
- A granel;
- A força;
- Às pressas;
- Às vezes;
- Às tontas;
- Às cegas; e
- Às claras, dentre outros.
Exemplo prático
- Ele sabe toda letra de cor; e
- Helena foi a pressas no otorrino.
Vale ressaltar que o fato de usar crase nas locuções adverbiais não é algo obrigatório, porém, é algo necessário a fim de evitar ambiguidade.
Exemplos práticos
- Veio a tarde. (substantivo passando por sujeito na frase); e
- Veio à tarde. (locução adverbial referindo-se ao tempo).
Por mais que pareçam muito semelhantes, as frases descritas acima trazem mensagens diferentes. Na primeira frase, observamos que ela vem informando que a tarde chegou, ou seja, já entardeceu.
Já na segunda frase dá a ideia de circunstância, ou seja, ela diz que alguém chegou ao entardecer. Se não existisse a crase, ficaria difícil entender se a frase se referia a uma circunstância ou estado do sujeito.
Vale lembrar que quando se tratam de locuções adverbiais no plural, como por exemplo, às pressas, é necessário o uso da crase por causa da presença do plural “as”.
Exemplo prático
Regina veio às pressas do hospital.
E possível notar que no segundo caso foi usada apenas a preposição “a”, sendo assim, não há motivo para usar crase na frase, uma vez que não há junção de vocábulos.
Graus do advérbio
Quando se trata de advérbios, podemos dizer que não existe variação no grau, entretanto, existem estruturas superlativas e comparativas, veja a seguir alguns exemplos.
Igualdade
- Tão quanto; e
- Tão bem.
Exemplo prático
-
Emanuele acorda tão tarde quanto João.
Superioridade
- Pior que;
- Melhor que;
- Mais do que; e
- Mais.
Exemplo prático
-
Aquele forno aquece mais que o outro.
Inferioridade
- Menos do que; e
- Menos que.
Exemplo prático
-
Aquele bolo é menos fofo que este.
Podemos perceber que os advérbios fazem a construção das estruturas de comparação para os adjetivos, porém, nenhum deles é afetado com alterações na sua composição. A comparação vem de toda a estrutura do adjetivo com advérbios.
Grau superlativo
Advérbio relativo
Os advérbios relativos fazem a composição que deixam evidente uma parte com um todo.
Exemplo prático
- Maria passou o mais rápido que pôde;
- Levantaram menos cedo que poderiam.
Advérbio absoluto
Evidenciam algo ao máximo.
Exemplo prático
-
Ele veio muito rápido (analítico).
Outra coisa que devemos destacar é que o grau superlativo se divide em dois, sendo o sintético e o analítico.
No grau sintético existe um advérbio apenas, recebendo a desinência do superlativo. Enquanto isso, no grau analítico existem dois ou mais advérbios se completando e dando sentido.
Exemplo prático
- Religiosamente (sintético); e
- Muito Religiosamente (analítico).
Conclusão
Hoje você pode aprender um pouco mais sobre os advérbios, vendo que tratam-se de palavras cuja finalidade é mudar o verbo, um outro advérbio e até um adjetivo.
Ele pode ser invariável, podendo também fazer formações de locuções adverbiais e até se formar por meio de dois ou mais advérbios, dando circunstâncias à frase.
Mesmo não possuindo variação, ele faz parte de estruturas superlativas e comparativas, podendo também possuir desinências superlativas.
Como podemos ver, a língua portuguesa é muito vasta, e para aprender melhor sobre suas regras gramaticais, o ideal é estudar em casa e fazer exercícios sobre os aprendizados do dia, só assim ficará mais fácil de fixar a lição e aprender a colocar da forma certa em seu dia a dia.
Agora que você já aprendeu como usar os advérbios, é hora de praticar para que o conceito não saia de seu vocabulário de forma errada ou em sua escrita de modo equivocado.
O importante é estar sempre revisando e estudando para não esquecer as regrinhas, relembrar os exemplos e aplicar na escrita do dia a dia. A ideia é fazer sempre o melhor para que o que foi aprendido hoje, não seja esquecido amanhã.
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