Clareza e objetividade são dois valores extremamente importantes na comunicação em qualquer situação – especialmente quando se trata de fugir da ambiguidade na redação. Segundo corretores e especialistas, a ambiguidade está entre os erros mais comuns em redação de vestibulares, processos seletivos e concursos.
Ela ocorre por diversos motivos – falta de prática escrita, dificuldade de formulação de frases claras, incapacidade de separar o discurso falado do escrito, etc. Todas elas resultam em uma significativa redução da nota obtida.
Por isso, fugir da ambiguidade na redação vai além da boa escrita: pode ser o diferencial entre a aprovação ou não, pois trata-se de um dos erros duramente avaliados em um texto. É necessário aprender com a prática, escrever com frequência e, sobretudo, identificar situações comuns de ambiguidade.
Muitas vezes, as pessoas não conseguem fazer a transposição da linguagem falada para a escrita e cometem o erro. Quando falamos, gestos e entonações podem fazer uma ambiguidade deixar de existir – mas esses artifícios não existem em uma redação.
Aprenda a identificar e, principalmente, a fugir da ambiguidade na redação, garantindo uma nota melhor:
Cuidado com a colocação dos adjetivos
Um erro muito comum está na utilização inadequada de adjetivos. Mais especificamente, é comum que adjetivos sejam colocados de forma que não estabelece se são perenes ou acontecem naquele momento. É o que ocorre no exemplo:
– O professor irritado expulsou o aluno da sala.
Perceba que, ao colocar o adjetivo desta forma, há uma grave ambiguidade. Não é possível determinar se o professor é irritado por padrão e sempre se encontra neste estado irritadiço, ou se ele estava irritado nesta situação específica. É necessário determinar qual das opções estão sendo ditas.
Uma forma de resolver este problema seria:
– O professor, irritado, expulsou o aluno da sala.
Neste caso, torna-se claro que o professor estava irritado no momento do episódio em questão.
Falta de clareza entre pronome relativo e conjunção integrante
Outro erro muito comum que você deve evitar para fugir da ambiguidade na redação é a indistinção do significado de uma palavra que possui vários usos em situações distintas. Um dos exemplos mais clássicos disso ocorre em frases como:
– A atendente disse à cliente que era italiana.
Não há nenhuma clareza sobre quem é italiana: a atendente ou a cliente. Essa é uma das formas mais comuns de ambiguidade, e deve ser resolvida. Uma solução simples é a reorganização da frase:
– A atendente disse que era italiana à cliente.
Formas nominais confusas
Este é um exemplo que utiliza formas nominais que deveriam deixar o texto mais fluido de maneira incorreta, tornando-as muito confusas. É o caso do exemplo:
– Finalmente, João encontrou seu filho o procurando.
Não é determinado, neste caso, se João encontrou seu filho porque o estava procurando ou se, quando encontrou seu filho, a criança também o procurava. É necessário esclarecer para fugir da ambiguidade na redação:
– Finalmente, João encontrou seu filho que também o procurava.
Elementos coordenativos pouco claros
Muitas vezes, coisas que parecem muito óbvias para quem escreve não estão tão claras assim no texto. Nestes casos, os elementos coordenativos são uma grande armadilha. É o caso do seguinte exemplo:
– Joana e Artur pretendem divorciar-se.
O que está sendo dito nessa frase? Ao ler, é possível considerar duas situações: Joana e Artur são casados entre si e querem acabar com este relacionamento, ou cada um vive em seu próprio casamento com outras duas pessoas não citadas e ambos pretendem acabar com estes relacionamentos distintos.
O texto não torna suficientemente claro qual das duas situações realmente ocorre, embora quem o escreveu certamente tinha a situação muito clara em mente. É necessário esclarecer:
– Joana e Artur pretendem divorciar-se de seus respectivos cônjuges.
Comentar