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Cora Coralina: História e Obra

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Cora Coralina, poetisa, é nacionalmente conhecida por ter começado sua vida literária tardiamente, quando já era idosa, e também por sua obra ter se tornada famosa principalmente após a sua morte. Porém, o que poucos sabem é que Cora Coralina sempre esteve envolvida no mundo dos livros e nunca deixou de escrever poemas, com versos simples, relatando o cotidiano e suas raízes em Goiás.

Início da vida

Cora Coralina é o pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, poeta nascida em 20 de agosto de 1889 na Cidade de Goiás, em Goiás. Ana era filha de um desembargador de Dom Pedro II e aos 15 anos já produzia seus primeiros textos para publicação em jornais da cidade e região.

Com quase 20 anos, Cora resolveu criar o seu próprio jornal, intitulado A Rosa, que contava apenas com publicações de poemas produzidos por mulheres. Já em 1910, publica seu primeiro conto, Tragédia na Roça, fato que já desmente a ideia de que Cora Coralina apenas começou a produzir no fim de sua vida.

Em seguida, em 1921, Cora transferiu-se com o marido para a cidade de Jaboticabal, em São Paulo. Ali, criou seus seis filhos e passou a maior parte de sua vida, vivendo também na capital, São Paulo, e em outras cidades do estado. Retornaria para Goiás apenas em 1956, já viúva e com 67 anos de idade.

Despertar literário

Cora é bastante conhecida por ter iniciado sua vida literária apenas ao fim de sua vida, quando já estava viúva e bastante idosa. Porém, em realidade, Cora sempre esteve envolvida no mundo das letras e iniciou sua produção ainda quando jovem, em Goiás, publicando poemas em jornais e criando o seu próprio jornal.

Pode-se dizer, na verdade, que Cora Coralina passou por um momento de despertar literário quando estava na fase dos 60 anos de idade, buscando retornar para suas raízes, adotando um pseudônimo e produzindo as principais obras que a deixariam conhecida em todo o país.

Principais obras e fim da vida

Entre as suas principais obras, Poemas de Becos de Goiás e Estórias Mais, de 1965, foi a que primeiro despertou o interesse nacional. A obra reúne poemas que retratam com versos simples o cotidiano e o dia-a-dia de becos em Goiás. A obra foi republicada em 1978 e 1980, sendo amplamente elogiada por Carlos Drummond de Andrade, chamando a atenção da mídia e meio literário por todo o país.

Em 1976, Cora lança Meu Livro de Cordel, obra que destaca o estilo simples e sensível da poetisa. Os poemas têm como foco histórias de cordel, retratadas no ambiente nordestino, porém abertas para o novo e para o mundo. Muitos dos seus versos são autobiográficos, retratando reflexões sobre o destino, o futuro e a vida de Cora.

Outra obra bastante conhecido é Vintém de Cobre – Meias Confissões de Aninha, publicada em 1983, que retrata a simplicidade, espontaneidade e costumes das pessoas em Goiás, além de retratar a própria vida de Cora Coralina.

Cora faleceu em 1985 em Goiânia, deixando para traz poesias que refletiam o seu próprio tempo e seu próprio mundo, porém abertas para o futuro e para as novas gerações.


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