Era de Planck é familiar para os que estudam mais a fundo física, física quântica, cosmologia e outros interessados pelo assunto, mas que não necessariamente dediquem suas vidas ou seu ganha pão à área. Isso porque, nas escolas tradicionais, de ensino fundamental a ensino médio, as ações estão todas voltadas ao famoso Big Bang.
Compreensível, pois a teoria do Big Bang foi a primeira que se disseminou, que causou polêmica especialmente nos círculos religiosos, e é inegável que tem um nome bem mais atrativo do que Era de Planck.
Porém, é um equívoco deixar a Era de Planck completamente de fora das explicações científicas sobre a origem da vida e do universo, especialmente se basear na informação de que o evento do Big Bang é a causa da origem do universo e consequentemente da vida.
Isso é um erro e somente a explicação sobre o que é a Era de Planck pode coloca a explicação sobre o gênesis universal em seus devidos termos.
Ficou curioso sobre o questionamento do Big Bang ser o evento origem do universo e o que seria essa Era de Planck?
Continue na leitura para saber mais a respeito. Confira!
O Big Bang
Deve-se atentar que a famosa teoria do Big Bang não se trata de uma ocorrência factual, incontestável, mas é uma das mais aceitas no meio científico sobre o processo da origem da vida e do universo.
O desenvolvimento da teoria do Big Bang ocorre a partir de estudos sobre a Teoria da Relatividade, que celebrizou o icônico Albert Einstein (1879-1955), realizados por George Lemaître (1894-1966) e Alexander Friendmann (1888-1925).
Em trabalhos independentes, tanto o astrônomo belga Lemaître quanto o matemático russo Friendmann chegaram à conclusão, tendo o trabalho de Einstein como base, de que o universo está em contínua expansão, de que iniciou em tamanho muito reduzido. Mas, uma explosão de uma única partícula, a partícula primordial, há 13,8 bilhões de anos, ocasionou um cataclisma cósmico de proporções irreproduzíveis que pôs o universo a se ampliar.
Vale dizer que o trabalho do belga é considerado mais completo por pensar no evento formidável envolvendo preceitos da física, enquanto o russo se ateve somente à matemática.
Estudos posteriores reforçaram a ideia da expansão do universo ao se identificar que, quanto mais longe uma galáxia, mais rápido se afasta do nosso planeta, e que ela se expande por todas as direções. Essa descoberta foi batizada de Lei de Hubble, homenagem ao pai da descoberta Edwin Hublle (1889-1953).
Os planetas surgem, segundo essa teoria, com o esfriamento do universo conforme perdia um pouco de sua incrível velocidade de expansão. A combinação de estado frio com calor deu origem a formação de átomos, que vieram a se condensar, criando uma espécie de massa, originando os corpos celestes.
O ponto de discórdia
Contudo, apesar de ser uma das teorias mais aceitas sobre a propagação da vida e do evento cósmico como uma das etapas da origem do universo, o Big Bang não é visto por vários especialistas de física e cosmologia como explicação definitiva sobre a origem da vida. É onde entrar a Era de Planck.
A Era de Planck
Se reparar bem na teoria do belga e do russo, na primeira metade do século XX, a respeito do Big Bang, ela não indica o momento da criação do universo, mas sim o que motivou a sua expansão que propiciou as condições necessárias para o desenvolvimento da vida, das galáxias, dos corpos celestes.
Ou seja, o Big Bang trata da evolução da vida, não de sua origem.
A Era de Planck seria uma referência ao momento anterior ao Big Bang, porque não houve simplesmente uma explosão cósmica. Para ocorrer uma explosão dessa magnitude, é necessária a reunião de alguns elementos, concentração extraordinária de energia.
É essa fase de pré-condição para o cataclisma cósmico que se pode apontar como o período que originou a criação de tudo, ou seja, a Era de Planck.
A chamada inflação cósmica ocorre por volta de 10-43 segundo, que corresponderia a 0,1 com 42 zeros entre a vírgula e o 1. Antes desse período, do momento exato da explosão, a ciência não conseguiu até hoje determinar o que existia, portanto, não conseguiu identificar os elementos responsáveis para a criação do átomo primordial. Consegue, no máximo, teorizar.
As principais especulações sobre a Era de Planck é de que se trataria de uma condição onde não haveria espaço e nem sequer matéria, onde as leis da física não seriam aplicáveis, apenas um aglutinador de energia pronto para iniciar o processo de origem da vida.
O tempo e o tamanho da Era de Planck
Se a Era de Planck é medida pela unidade de tempo de 10-43 segundo, por ser o período que leva para ocorrer a inflação cósmica, o início do evento cataclísmico que expande continuamente o universo, também é possível determinar seu comprimento, que era o tamanho de um Planck, fração de centímetro representado por 33 zeros entre a vírgula e o numeral 1.
O que seria correto ensinar?
No programa de física e química do ensino secundário, seria preciso fazer apenas um ajuste para explicar a teoria mais aceita sobre a origem do universo de modo mais preciso.
Aponta-se o evento Big Bang como uma ocorrência que explica como se deu a expansão do universo que possibilitou o desenvolvimento de galáxias, corpos celestes, da vida que conhecemos, e não como explicação sobre o gênesis do universo, pois a teoria não aborda a Era de Planck, o período que antecedeu a explosão.
Quanto a esse período, pouco se sabe em termos científicos, apenas a especulação de que seria um momento onde não haveria nem espaço, nem matéria, que as leis da física não fariam sentido nesse instante e que talvez fosse apenas uma concentração de energia criadora.
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