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Guerra do Afeganistão: tudo sobre o conflito

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Em 1979, deu-se início a Guerra do Afeganistão, onde foi marcado pela invasão que a União Soviética fez no país. Essa invasão durou cerca de dez anos e sem dúvidas foi uma das mais cruéis, inclusive para os soviéticos. Milhares de mortes aconteceram, além dos impactos econômicos e financeiros nas duas nações. Como quase em todas as guerras, os EUA também estiveram presentes, financiando as tropas contrárias aos soviéticos.

Motivos que antecederam a Guerra do Afeganistão

O Afeganistão durante um período do século XX mantinha uma parceria com a União Soviética e isso se estendia até durante o período da monarquia. A União Soviética, exercia um papel fundamental na economia do país, fornecendo diferentes tipos de ajuda e auxiliando com treinamentos de caráter militar, armamentos e até no desenvolvimento de uma infraestrutura mais adequada.

Essa parceria acabou ficando totalmente abalada no período da década de 70. Tudo começou quando um engendrado golpe de estado foi realizado no país, derrubando a monarquia do Afeganistão em 1973. A presidência foi tomada por Mohammed Daoud Khan. Sendo assim, as relações existentes com o Partido Democrático do Povo Afegão se tornaram insustentáveis, levando então o Partido Comunista ou PDPA a arquitetar um golpe contra esse presidente eleito.

A Revolução de Saur foi como esse golpe ficou conhecido e a sua ocorrência se deu em 1978. Como consequência disso, o governante Daoud Khan foi retirado do poder e executado. De acordo com os historiadores, o palácio presidencial foi atacado pelos comunistas e os membros da família assassinados. Desse modo, Nur Muhammad Taraki, assumiu a presidência do Afeganistão.

Assim que assumiu a presidência, Taraki implantou uma série de mudanças e reformas. Começando com a implantação de uma agenda totalmente comunista, a introdução de um ensino laico, reforma agrária e a permissão de entrada das mulheres no setor político do país.

Repercussão dessas mudanças

Só que infelizmente, essas mudanças não foram vistas com bons olhos e a repercussão foi totalmente negativa pelos líderes conservadores e proprietários de terras. Para eles, tais medidas era uma ameaça a permanência do Islamismo no país.

Deu-se então o início a uma rebelião armada desses grupos contrários ao governo.

A partir dessa revolta se iniciou então, um novo golpe para a derrubada do presidente Taraki. Isso começou devido a um racha interno que aconteceu do PDPA, levando a dissidência de um membro do partido que iniciou o golpe.

Assumiu a presidência então, Hafizullah Amin que não conseguiu segurar os desgastes com o governo da União Soviética.

Como foi a Guerra do Afeganistão?

A vitória na ocupação do cargo por Amin deixou a União Soviética completamente insatisfeita, principalmente por dois motivos que eles julgavam ser importantíssimos.

  • O primeiro deles era o aumento da desconfiança de que o Afeganistão estariam se aproximando dos Estados Unidos;
  • O segundo era a total incapacidade de Amin conseguir controlar os mujahidin que atuavam principalmente no interior do país.

Foi então, que em 1979 no mês de dezembro, a União Soviética começou a invadir o Afeganistão, com o intuito de destituir do cargo o presidente Amin. A intenção principal era colocar algum governante que fosse de confiança dos soviéticos. Algumas lideranças soviéticas, não estavam interessadas em começar qualquer conflito, pois sabiam que os desgastes seriam enormes.

O começo da Guerra do Afeganistão se iniciou com apenas 8.500 homens soviéticos. Amin acabou sendo morto com esse ataque. Babrak Karmal se tornou presidente e assumiu o poder do país.

Com esse ataque, os mujahidin se revoltaram e convocaram uma jihad ou guerra santa como é conhecida contra esses soviéticos.

A atuação dos mujahidin no interior do Afeganistão eram exclusivamente táticas e militares. Já, os homens que operavam no norte tinham toda a cadeia montanhosa para se esconder, dificultando o revide da União Soviética. É importante ressaltar que os EUA apoiaram toda a ação dos mujahidin, fornecendo armas e treinamentos militares.

Os historiadores divergem um pouco em relação aos verdadeiros motivos que levaram os Estados Unidos a apoiar os mujahidin na Guerra do Afeganistão. Para alguns, os americanos simplesmente apoiavam os rebeldes para forçar uma retirada da União Soviética do país. Outros afirmam que essa estratégia servia apenas para apoiar os rebeldes a continuar a guerra, sendo assim, a economia soviética sofreria um desgaste muito grande.

Guerra do Afeganistão

Fim da Guerra do Afeganistão

Entre os anos de 1985 e 1986 começaram as movimentações e negociações para a retiradas das tropas da União Soviética do Afeganistão. Esse acontecimento se deu de fato depois que o presidente soviético Mikhail Gorbachev anunciou a ordem para a retirada em 1988.

Para os soviéticos, a Guerra do Afeganistão era extremamente desgastante e os impactos negativos sobre a economia eram enormes.

Mas mesmo com a retirada, o apoio financeiro continuou, a intenção era de governo afegão se mantivesse forte e não fosse derrubado pelos rebeldes.

O combate aos rebeldes então, com a retirada das tropas da União Soviéticas ficaram sob a responsabilidade do Afeganistão, cuja liderança era de Mohammad Najibullah. Aliás, essa governança de Najibullah permaneceu até 1992, ano em que a União Soviética cessou seu apoio ao Afeganistão. Sem esse apoio, era praticamente impossível conter os mujahidin.

Os impactos econômicos que essa guerra trouxe para o povo soviético foram totalmente negativos. Além de saírem derrotados na captura e prisão dos mujahidins, os gastos foram absurdos. A estimativa foi que ao longo de dez anos, foram gastos cerca de 2,6 bilhões de dólares. Inclusive, o surgimento da crise forte que atingiu toda economia da União Soviética no final dessa década de 90, está relacionada com esse conflito.

A Guerra do Afeganistão destruiu o país e o deixou extremamente instável, acredita-se que o número de pessoas que perdeu suas casas ultrapassa um milhão. Muitas dessas pessoas que eram cidadãos comuns, civis, etc, acabaram morrendo nessa guerra. Outro ponto importante e que impacta o mundo até hoje, foi o apoio militar e financeiro que os EUA deram aos grupos extremistas fundamentalistas. As consequências desse apoio foi o surgimento do que hoje conhecemos como os maiores grupos fundamentalistas que existem no mundo. São eles, o Talibã e o outro a Al-Qaeda.


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