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Iara: a sereia de canto hipnotizante

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A lenda de Iara, também chamada de Yara ou Uiara, possui origem indígena – mais especificamente, tupo. Seu nome representa, originalmente “Senhora das Águas”, e conta a história de uma bela sereia que, com sua beleza e canções hipnotizantes, atrai homens – especialmente pescadores – para as águas, com o objetivo de matá-los.

A origem de Iara, segundo conta a lenda é indígena. Sua beleza e inteligência despertavam a fúria no povo, que optou por matar a jovem para acabar com as sensações que levantava. Iara é lançada exatamente no encontro do Rio Negro e do Rio Solimões. Desde então, assombra os dois rios com o objetivo de vingar-se dos homens que passarem por suas águas.

Além da história em si, é interessante observar como essa lenda desperta o sincretismo religioso no Brasil ao longo do tempo. Não raras vezes, ela é associada com a figura de Iemanjá, sendo reverenciada em diversas crenças que existem no Brasil.

Conheça mesmo a história da Uiara, e as principais características desta interessante lenda do folclore amazônico.

A lenda de Iara

Segundo a lenda tupi, Iara é aquela que mora nas águas, e trata-se de uma seria, sendo mulher do tronco para cima, e peixe da cintura para baixo. Ela vive nas águas amazônicas e possui lindas feições indígenas. Além disso, Iara é capaz de cantar melodias que hipnotizam qualquer homem, que entrega-se ao encanto de sua doce voz assim que a ouve.

Iara sofreu uma tentativa de assassinato de seus próprios irmãos, mas era brava e guerra. Assim, matou-os para livrar-se da ameaça. Seu pai, no entanto, não concorda com o desfecho da história, e como o pajé da tribo decide que ela deveria ser jogada no rio como punição por sua atitude.

Os animais do rio, no entanto, decidem salvar a jovem indígena. Para isso, a transformam em um sereia, que habita as águas amazônicas desde então. Como vingança, Iara conquista os homens que estão próximos às águas, levando-os para o fundo do rio e os afogando.

Se conseguir fugir do feitiço, fala-se que o homem fica louco, e apenas os pajés locais são capazes de trazê-lo de volta à consciência.

Curiosidades e sincretismos

Embora a origem da lenda seja amazônica, há diversas versões da história da Iara pelo Brasil. Algumas delas adaptam-se aos locais onde ela é contada – sendo que, em alguns casos, ela nem mesmo possui origem indígenas. Em certas versões, a Iara é capaz de sair da água e assumir a forma humana, mas perde seus poderes, e só o faz durante um período curto.

A imagem de sereia da Yara só foi adotada com o processo de colonização e mistura das culturas. A ideia de uma sereia não existia na cultura indígena, e é uma herança das histórias gregas que infiltraram na cultura ocidental através dos anos. Por isso, apenas com o processo de colonização que sua “metade peixe” foi incorporada ao mito.

Muitas pessoas confundem, ainda, a Iara com orixás trazidos ao imaginário popular pelos descendentes de africanos no Brasil. Para muitos, Iara e Iemanjá são espíritos semelhantes na cultura, embora não haja uma relação conhecida no que diz respeito ao desenvolvimento destes dois ícones ao longo dos anos.

Existe versão correta?

Quando falamos de uma lenda do folclore, é muito comum que cada região apresente uma versão um pouco diferente sobre aquela história. O folclore é um conto do povo, que reflete seus medos, crenças e interpretações do mundo – por isso, é comum que haja diversas versões sobre uma mesma história.

Todas as versões sobre uma lenda estão corretas, pois refletem aspectos específicos do local onde foram contadas. Essa variedade conta a história de diferentes povos, e deve ser tão celebrada quando a lenda original em si. Valorize as diferentes versões do folclore!


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