Se você já estudou português a fundo, ou mesmo fez um exame ou prova de grande porte, com certeza já foi pego por questões a respeito de Intertextualidade. Mas afinal, o que isso?
Chamamos de intertextualidade o recurso que nos permite unir, misturar ou juntar dois textos, produzidos em momentos diferentes, para reforçar ou recapitular uma ideia.
Embora a palavra pareça muito esquisita e complexa, a Intertextualidade está presente em nossa rotina, nas pequenas coisas que lemos na internet, e em muitas outras ocasiões.
E é justamente sobre isso que falaremos a seguir! Entenda como a intertextualidade funciona, e veja alguns exemplos de sua aplicação – que com certeza vão facilitar a sua compreensão com relação a como ela funciona.
Intertextualidade implícita ou explícita: veja que é mais simples do que parece!
A intertextualidade é um recurso extremamente útil, que permite que um autor utilize um texto de outrem para enriquecer ainda mais o seu conteúdo. Isso pode servir para esclarecer alguma coisa para o leitor, reforçar uma ideia, embasar um pensamento e etc.
A intertextualidade pode ser implícita ou explicita. Vamos analisar as principais diferenças entre essas duas formas de gerar intertextualidade.
Explícita:
A forma explicita é muito fácil de ser identificada pelo leitor, que ao bater os olhos entende que um determinado trecho ou pensamento foi retirado de outro conteúdo. É o que fazem, por exemplo, com as aspas.
A Intertextualidade explicita gera uma relação direta com o texto fonte, fazendo com que o leitor entenda que existe uma outra pessoa, um outro conteúdo, compactuando daquela ideia.
Implícita:
Já no caso da Intertextualidade implícita, não é tão óbvio assim que existe ali essa relação com outro conteúdo. Geralmente esse tipo de recurso exige que o leitor tenha uma grande compreensão das ideias, e saiba fazer uma associação.
Também não costumam haver elementos que apresentem o texto fonte no caso e ser uma intertextualidade implícita. Ou seja, é uma relação muito mais discreta e pouco evidente.
Conheça os tipos de intertextualidade
Dentro da intertextualidade existem diferentes tipos de aplicação, além de poder ser classificada como implícita ou explícita. Existem 7 tipos diferentes que são muito comumente utilizados. Veja eles a seguir.
Paródia:
A paródia faz uma “brincadeira”, as vezes irônica e até ácida com relação ao texto original. É muito comum ver isso em músicas, por exemplo, quando a obra original é readaptada para ficar mais engraçada ou até mesmo mais crítica.
Alusão ou Referência:
É quando existe apenas uma menção ao texto original, quando, por exemplo, um personagem famoso de livro é citado em um contexto completamente diferente, em uma história fora de seu universo original.
Paráfrase:
A paráfrase é um pouco mais difícil de compreender pois é muito sutil. Trata-se de uma situação em que um autor explora um tema que anteriormente já foi explorado por outra pessoa, criando um cenário muito parecido ou até idêntico, ainda que com novos elementos.
Exemplos:
“Minha terra tem palmeiras / onde canta o sabiá…” (Canção do exílio, Gonçalves Dias);
“Moro num país tropical / abençoado por Deus / e bonito por natureza…” (País Tropical, Jorge Ben Jor);
Tradução:
Trata-se da utilização de um conteúdo escrito em determinado idioma para ser então adaptado para outra língua, de modo que esse texto ou produto se torne acessível para outras pessoas.
Citação:
É uma das formas de intertextualidade mais diretas, que se encaixa claramente na forma explícita. As “aspas” indicam que aquilo está sendo retirado de outro local, e utilizado para reforçar um pensamento ou esclarecer um conteúdo.
Pastiche:
O pastiche é o modo de intertextualidade onde um autor utiliza elementos de outro autor para criar a sua obra, seja em música, pintura, etc. No entanto, ele imita abertamente esse conteúdo sem satirizar ou ironizar. Por isso mesmo se difere da paródia.
Epígrafe:
Por fim, temos a Epígrafe, que é muito comum em trabalhos acadêmicos. Ela e aplicada quando um autor utiliza a passagem de um determinado texto fonte para abrir e começar um conteúdo novo.
Quando usar a intertextualidade para seus conteúdos?
Existem diversas maneiras de aplicar e utilizar a intertextualidade. Esse é um dos recursos mais utilizados atualmente, seja nas produções literárias, jornalísticas ou artísticas.
É um elemento que, de fato, pode enriquecer muito um conteúdo, reforçar a ideia de um autor, e tornar o seu texto ainda mais relevante. A intertextualidade é, sem dúvidas, um elemento essencial para quem quer criar conteúdos de qualidade.
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