O mercantilismo é um termo muito presente em livros de história. Entender o seu conceito é fundamental até mesmo para conseguir fazer um comparativo com os dias atuais.
Podemos explicar o mercantilismo como um conjunto de práticas econômicas que foram adotadas pelos estados europeus entre os séculos XV e XVIII. Nesse sistema, os grandes beneficiados eram a nobreza e a burguesia.
Embora tenha sido um movimento de extrema relevância econômica, ele não se classifica como um “sistema econômico”, como é o caso do próprio capitalismo, pois não gerou um modo de produção.
Ele era caracterizado principalmente pela intervenção do Estado nas práticas econômicas. Vamos entender melhor como esse processo se deu, e porque foi tão importante para a Europa durante esse período.
Entendendo o mercantilismo – a prática de acumular dinheiro!
Não é de hoje que as riquezas monetárias são responsáveis por tornar uma nação mais ou menos poderosa. Na verdade, isso se arrasta durante séculos, e o dinheiro tem se tornado cada vez uma prova de influência e poder.
O mercantilismo é um movimento que surgiu na Europa logo após a o período em que o feudalismo dominou. Ele foi baseado, nesse caso, na produção de metais preciosos – como o ouro e a prata. Entendia-se que quanto mais metais uma nação tivesse acumulado, mais poderosa ela era.
Foi no século XV que alguns países europeus resolveram desbravar e colonizar o mundo ao seu redor. Começaram então as grandes Navegações, que levaram as mais incríveis descobertas.
E foi também nessa época que o mercantilismo ganhou força, e passou a ser realmente relevante para a Europa como um todo.
A figura do rei como soberano na economia
Podemos dizer que o Mercantilismo está diretamente atrelado à monarquia, quando o poder do país estava completamente concentrado nas mãos de um rei ou uma rainha.
Com isso, uma única pessoa com sangue real era capaz de interferir com todo o poder em todas as questões econômicas do país. Isso acabou por gerar uma grande desigualdade, fazendo com que muitas pessoas fossem a miséria em detrimento de uma pequena parcela milionária da população.
Diante desse cenário, em 1776 um filosofo francês de nome Adam Smith criou o Mercantilismo, para se referir a essa forte interferência monárquica e estadual na economia.
Principais características do Mercantilismo – o que, realmente, ele fazia?
O Mercantilismo possuía algumas características muito fortes. Claro que elas não se repetiam à risca em todas as nações. A maioria dos estados conseguia adaptar esses alicerces para a sua própria realidade.
- Era um sistema cujo poder estava centrado especificamente no rei ou na rainha, e por isso foi vigente durante o período chamado de Absolutismo Monárquico.
- O Mercantilismo pregava o acúmulo máximo de metais preciosos, o que levou inclusive às novas explorações da terra e dos mares. O período também ficou conhecido como Metalismo ou Bulionismo;
- Nessa época, os estados focavam as suas energias em exportar muito mais do que importar. Isso fazia com que a indústria nacional ganhasse ainda mais fôlego, e ficou conhecido como Colbertismo ou Balança Comercial Favorável;
- O acúmulo de capital era uma característica essencial, e aumentou quando os europeus começaram a explorar o “Novo Mundo”. Eles então passaram a realizar os chamados Pactos Coloniais, quando obtinham mercadorias por preços bem baratos com os nativos das novas terras, e vendiam por valores exorbitantes, elevando a economia.
- O mercantilismo incentivava muito o desenvolvimento industrial local, o que fazia com que houvesse cada vez menos necessidade de importar coisas, e com isso a moeda de cada país não costuma circular fora de suas fronteiras.
Aumento da desigualdade social e aumento do lucro da Coroa
O Mercantilismo tornou a Monarquia uma grande aliada da burguesia. Assim, o rei ou rainha sempre incentivava com veemência as granes explorações marítimas, pois acreditava que quando maior fosse o território, maiores seriam os impostos cobrados pela Coroa.
E com isso, pessoas pobres ficavam cada vez mais pobres, e a desigualdade social se tornava um problema cada vez mais iminente dos principais países da Europa.
Por outro lado, a burguesia realizava suas expedições, e também se valia de exploração colonial para conseguir ainda mais lucros para a Coroa.
É importante entender que a monarquia baseava o seu poder muitas vezes na fé religiosa, pois os súditos acreditam que a realeza havia sido escolhida por Deus. Sendo assim, foi somente no final do século XVIII, quando essa ideia começou a ser contestada, que o Mercantilismo entrou e crise, e começou a decair.
Foi através das ideias de Montesquieu (1689-1755) que essa faísca de revolução se levantou para quebrar com o Mercantilismo, quando ele criou o que seria a primeira proposta de divisão dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, decentralizando os assuntos, que antes estavam todos em poder do monarca.
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