A urbanização é decorrência de um processo histórico que afastou a população do campo, gerando diversos efeitos – entre eles, as famigeradas ilhas de calor. Especialmente em centros de alta urbanização – como aqueles com grande concentração de prédios, asfaltos e arborização insuficiente, as ilhas de calor são uma realidade que preocupa cada vez mais os urbanistas.
Além de prejudicar no clima, essas circunstâncias reduzem a qualidade de vida e a saúde das pessoas que vivem em tais condições. Saiba o que são as ilhas de calor, suas causas, efeitos e significados:
O que são as ilhas de calor?
Dá-se o nome de ilhas de calor para os centros urbanos nos quais a temperatura média é significativamente mais alta do que a temperatura das regiões em seu entorno. Isso ocorre em função da alta concentração de materiais que são capazes de manter altas temperaturas em seu entorno.
Asfalto, pedras, concretos e etc são capazes de concentrar o calor em níveis muitos mais altos do que terra e vegetação, além de conservarem menos umidade no ar. A falta de arborização e a poluição urbana também auxiliam na concentração de altas temperaturas, tornando a situação mais grave.
Estima-se que estas condições proporcionem uma absorção de até 98% do calor da região urbana. Para fins de comparação, isso representa cerca de 25% mais absorção do que ocorre nas áreas rurais, como em campos.
Quais os problemas das ilhas de calor?
O problema da existência de estruturas como essas é que as ilhas de calor auxiliam ainda mais na intensificação do calor já aumentado pelo processo de aquecimento global.
Soma-se a isso, o fato de que temperaturas excessivamente altas e sem a devida variabilidade – especialmente em conjunto com o ar pouco úmido destas situações – favorecerem o desenvolvimento de condições prejudiciais de saúde.
Fatores críticos para o desenvolvimento de ilhas de calor
Há diversos fatores que favorecem estas circunstâncias. Entre eles, pode-se destacar as seguintes características como as principais responsáveis pelo desenvolvimento de ilhas de calor:
- Facilidade dos materiais urbanos na absorção e manutenção do calor do ambiente externo;
- Baixo nível de arborização, o que reduz a capacidade de reflexão em relação ao calor interno. Isso, aumenta a quantidade de calor disponível para absorção em um ambiente urbano que já tende a absorver mais calor do que seu análogo rural;
- Falta de permeabilidade através de calçamentos, asfaltos e escoamento direto através de canais e bueiros subterrâneos. Essa estratégia reduz a capacidade de evaporação, o que diminui o uso do calor, que é mantido no ambiente;
- Grande concentração de edificações altas, o que atrapalha a circulação normal de massas de ar pelo território urbano;
- Níveis altos de poluição, que auxiliam na retenção do calor no ambiente urbano, gerando um “micro efeito estufa” na região urbana. Essa poluição é agravada pela utilização de veículos a combustão e emissões industriais de poluentes;
O que pode ser feito para evitar as ilhas de calor?
Embora seja difícil repensar os grandes centros urbanos já construídos, há algumas ações que podem auxiliar na redução do impacto negativo destas estruturas sobre a absorção de calor.
Uma boa ideia inicial é aumentar significativamente a quantidade de vegetação na cidade – especialmente árvores com grandes áreas refletoras, que sirvam como “escudos” em relação ao calor externo. Parques e grandes áreas verdes espalhados em locais estratégicos auxilia na distribuição destas estratégias de absorção, por exemplo.
Além disso, o controle de emissões torna-se absolutamente essencial para os centros urbanos. Menos poluição resulta em temperaturas mais próximas às encontradas em contexto rural, o que é essencial para o equilíbrio.
Deve-se, ainda, considerar todos estes fatores nos desenvolvimentos das cidades planejadas que surgem com o passar do tempo, evitando os erros dos grandes centros urbanos atuais.
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