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Revolução Constitucionalista ocorreu em 1932

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A Revolução Constitucionalista compreende-se como uma reação de revolta em relação ao cenário político brasileiro, que até então era comandado por Getúlio Vargas. Os novos representantes que tomaram os cargos de poder, resolveram acabar com o Congresso Nacional, sob o pretexto de se extinguir a hegemonia presente nas oligarquias. Além disso, houve diversas nomeações controversas de interventores e delegados no lugar de políticos famosos. Saiba mais sobre essa revolução e os seus impactos em todo o país.

Os paulistas estavam totalmente insatisfeitos com essa nova política de Vargas e principalmente com a perda de espaço que sofreram. Esse fato então, impulsionou novas organizações a encontrarem meios de serem inseridas novamente no poder. Mas o clima entre os paulistas e Vargas não era nada bom, principalmente depois da nomeação de um tenente cujo o nome era João Alberto Lins de Barros.

Não há dúvidas que essa Revolução Constitucionalista tenha sido um dos acontecimentos mais marcantes e dramáticos da política republicana do país. E também não há dúvidas que ela aconteceu devido a total insatisfação dos políticos paulistas. O objetivo desse movimento de revolta era convencer Getúlio Vargas que até então era um governo apenas provisório a acabar com as características discricionárias desse regime.

Acontece que esse fato só se deu quando essa constituição do ano de 1890 foi substituída. Conheça mais sobre essa revolução a seguir.

Fatos históricos antes da Revolução Constitucionalista

Antes de entendermos de fato o que foi essa Revolução Constitucionalista é preciso conhecer alguns fatos históricos que deram origem a ela, para isso, vamos retornar alguns anos!

No período da República Velha que compreendeu os anos de 1889 até 1930, uma aliança poderosa foi formada entre alguns estados considerados mais ricos do país. Eles eram Minas Gerais e São Paulo, os governantes desses dois estados se alternavam na presidência do país. Esse fato era chamado na época como a “política do café com leite”.

O estopim para que houvesse a revolução aconteceu quando Washington Luís, presidente no ano de 1930, rompia a sua aliança, ou seja, dos paulistas com os políticos mineiros, indicando para a sua sucessão o governador do estado de São Paulo, cujo nome era Júlio Prestes. As eleições por ele foram vencidas facilmente.

Os mineiros ficaram possessos com esse rompimento e a indicação de Júlio Prestes. Então por meio de um grande golpe de estado que foi articulado com todos os estados da Paraíba e do Rio Grande do Sul, conseguiram colocar Getúlio Vargas no cargo mais alto do país.

Getúlio Vargas então, assume o poder e começa a modificar totalmente a política sem consultar a opinião dos eleitores, as mudanças foram promovidas de forma totalmente autoritária.

Sob as ordens de Vargas o Congresso Nacional é fechado, ocorre a anulação da Constituição de 1891 e diversos governadores são tirados dos cargos para dar lugar a interventores e delegados.

Essas medidas desagradaram profundamente essas elites paulistas que eram ligadas principalmente ao PRP ou Partido Republicano Paulista e que haviam sido dolorosamente derrotados na Revolução de 1930.

Esses grupos então de maneira ordenada passam a trabalhar incansavelmente em oposição ao governo de Getúlio Vargas.

Em 1931, um grupo com ideais mais modernos se junta a essa parcela da elite que havia sido derrotada em 1930. O objetivo então passa a ser outro, ou seja, eles começaram a exigir que o governo criasse uma carta chamada de magna cuja principal função era a de reger a legislação brasileira.

Getúlio Vargas não era a favor dessa carta magna e muito menos da realização de uma eleição para a presidência.

Formava-se ao mesmo tempo um grupo em São Paulo que era a favor do governo de Getúlio, eram chamados de tenentistas. Compunha esse grupo não apenas militares, mas pessoas comuns, civis que tinham os mesmos ideais e que eram liderados por eles.

Por conta dessa divisão ocorreram diversos conflitos nas ruas do centro de São Paulo. De um lado estavam os estudantes do campus Largo São Francisco e do outro os grupos getulistas e tenentistas.

O dia 23 de maio ficou marcado pelo conflito sangrento entre esses grupos, ao qual resultou na triste morte de cinco jovens estudantes que ficaram famosos como a sigla MMDC, cujo significado é Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, mais tarde adicionou-se a letra A de Alvarenga.

Revolução Constitucionalista

Início da Revolução Constitucionalista de 1932

As mortes desses jovens foi o estopim para quem em 9 do mês de julho de 1932 desse início a então chamada de Revolução Constitucionalista de 1932.

Os meios de comunicação foram os que mais apoiaram esse movimento, ganhando consequentemente o apoio de cerca de 35 mil pessoas contra os 100 mil soldados do lado Vargas.

Nenhum estado brasileiro apoiou São Paulo, que ficou totalmente isolado no conflito. Com isso, outras batalhas aconteceram. Ao todo pode-se contar cerca de três meses direto de batalhas, tendo fim apenas em outubro de 1932.

Pode-se concluir que o movimento saiu vencedor dessas batalhas, pois logo após o encerramento desses conflitos o Governo Federal abriu novas eleições para a Assembleia Constituinte, resultando na promulgação da Constituição do Brasil do ano de 1934.

As mulheres puderam votar pela primeira vez depois dessas medidas.

Segundo alguns historiadores, esse termo chamado de revolução não foi bem o que aconteceu, pois o que se queria na verdade era apenas a normatização da legislação em todo o processo de eleições. E não mudanças nas relações de cargo de poder de alguns estados. Ela é chamada pelos especialistas inclusive como sendo um movimento até um pouco conservador demais e até anti revolucionário. Pode-se resumir inclusive essa Revolução Constitucionalista como sendo uma revolta da elite paulista que perdeu o seu poder e encontrou meios para voltar a tê-lo.

Resultados e consequências dessa Revolução Constitucionalista

Podemos dizer que as consequências da Revolução Constitucionalista foram sem dúvidas a possibilidade do voto.

Militarmente os paulistas nessa revolução saíram derrotados, mas vencedores na economia e na política. Isso era graças a importância de São Paulo como fornecedora de divisas do país em um cenário onde o preço do café vinha em constante queda no mercado internacionalmente.

O Governo provisório paulista manteve o processo de valorização do café, comprando e estocando todo o café, permitindo o parcelamento de dívidas dos cafeicultores da época e aceitando como bônus pós guerra de toda a moeda de maneira legal, entre outras importantes medidas que foram tomadas.

O que se viu na prática em termos políticos foi o surgimento de novos partidos que tiveram a permissão de concorrer a qualquer eleição para a Assembleia Nacional Constituinte.

Inclusive essas eleições aconteceram no ano de 1933, mais especificamente em maio com a vitória a Chapa Única por São Paulo Unido que era composta basicamente por integrantes da FUP, dominada até então por Republicanos.

No ano de 1933, um civil conseguiu chegar ao poder máximo do governo de São Paulo, ocupado até então pelo general Valdomiro Lima.

No ano de 1935, Armando Sales se torna governador de São Paulo graças a Assembleia Constituinte Estadual.

Pode-se dizer então que a Revolução Constitucionalista de 1932, tornou São Paulo vitoriosa em termos políticos.


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