Muito antes de existirem os continentes, da forma que os conhecemos hoje, existiu a Rodínia que foi um supercontinente que deu origem aos demais. Este gigantesco, e único, continente teria se rompido durante a era Neoproterozóica para formar oito novos continentes. A história de Rodínia conta parte importante da evolução do nosso planeta.
Esta era uma época em que o planeta Terra estava totalmente coberto por neve, os oceanos estavam congelados e as condições para a existência de vida eram muito adversas. Foi um longo período gelado que influi no que aconteceu a seguir.
A ciência ainda busca indícios para compreender totalmente o que aconteceu neste período, porém as informações atuais levam à conclusão de que antes de se romper, o supercontinente Rodínia sofreu com drásticas mudanças geológicas e climáticas.
Entenda agora o significado da palavra, o período em que estas transformações aconteceram e as principais características deste supercontinente, ainda pouco conhecido, mas que aos poucos começa a ser entendido e revelado.
Rodínia: significado
Ao longo da história e do estudo da geologia, diferentes versões foram dadas para o significado e a origem do nome deste supercontinente. As duas versões mais aceitas, por acadêmicos e estudiosos do assunto, dão conta que o nome Rodínia tem origem na língua russa, possuindo duas variações de possibilidades.
A versão mais antiga diz que o termo seria uma junção entre duas palavras, uma russa e a outra búlgara, e que o significado representaria o sentido de “terra natal”, ou seja, o local onde se nasceu ou onde tudo se originou.
Já a versão mais recente, data dos anos 90, e explica que Rodínia originou-se de um verso utilizado no idioma russo que é utilizado para expressar geração ou crescimento. Também neste caso, temos uma expressão que pode ser associada ao surgimento de algo novo, ao nascimento de um novo continente.
Existem outros nomes que foram utilizados para designar este incrível continente, entre eles estão Kanatia, Ur-Gondwana e Paleonpangea. O uso destes termos depende da época, local ou autor que estivermos consultando. Porém, todos fazem referência ao mesmo supercontinente que foi tão importante para história do nosso planeta.
Rodínia: período de existência
Muito antes do surgimento de outro supercontinente muito conhecido, Pangeia, outro colosso de massas continentais reunidas já dominava a paisagem terrestre, era Rodínia o supercontinente que existiu por volta de 700 milhões de anos atrás.
A definição do período da existência do supercontinente Rodínia, costuma causar discussões intermináveis e apaixonadas, isto porque a distância de tempo entre nós e a época que queremos descrever é infinitamente gigantesca. E, mesmo com os recursos tecnológicos que temos hoje, ainda não conseguimos definir com exatidão o período no qual este continente existiu. O que temos são estudos que fazem previsões aproximadas baseadas em técnicas que estudam as características geológicas encontradas atualmente que guardam evidências daquele período histórico.
O que sabemos é que a Rodínia existiu, há milhões de anos, entre dois importantes períodos, o Mesoproterozóico o Neoproterozóico. Isto compreenderia um período entre 1 bilhão e 540 milhões de anos atrás. Naquela época o supercontinente era cercado por um mega oceano, que recebeu o nome de Mirovoi.
Esta referência de tempo nos dá a clara certeza de que quase nada naquele tempo era igual ao que temos hoje, seja nas condições climáticas, no tipo de geologia ou vegetação existente ou até mesmo nas condições necessárias para existência de vida.
Rodínia: principais características
A importância do supercontinente Rodínia está relacionada a sua função no surgimento posterior de outros continentes que serviram de base para as formações continentais que conhecemos atualmente.
Como vimos, Rodínia era um único bloco que cobria grande parte da Terra e era cercado por um único Oceano que se estendia por todas as faces do planeta. Esta formação permaneceu inalterada por milhões de anos até que tudo começou a mudar lentamente.
Outra característica, que já se conhece, sobre o período em que Rodínia existiu foram as drásticas mudanças climáticas pelas quais a Terra passou. O planeta teria enfrentado um longo e severo período de calor no qual a Terra teria se tornado um deserto e depois teria se transformado em uma grande bola de gelo, no qual até os oceanos teriam sido congelados e assim teria permanecido por um grande tempo.
Estas condições climáticas teriam influenciado, nas condições necessárias para a sobrevida no planeta, isto teria ocasionado a extinção de muitas espécies e a efetivação daqueles animais que melhores se adaptaram as circunstâncias deste período.
A formação geológica do supercontinente teria sido resultante de um longo processo de ajuntamento de placas tectônicas que as se colidirem teriam formado imensas formações rochosas e unificado o continente.
Segundo estudos geológicos mais recentes, a divisão de Rodínia teria ocorrido por volta de 700 milhões de anos atrás quando as massas do supercontinente começaram a lentamente se separar para dar origem a novos continentes.
Uma das teorias, que explicariam a fragmentação de Rodínia, apresenta a hipótese de que o supercontinente teria se dividido a partir do aquecimento do planeta que ao aumentar as temperaturas teria derretido o gelo que cobria terra e oceanos e assim teriam sido criadas as condições para a expansão das massas que formavam o continente. Com esta lenta “dilatação” o continente começou a se dividir em outros.
Estas mudanças climáticas, além de terem dividido Rodínia, também teriam favorecido o surgimento de novas espécies animais e vegetais que iriam predominar nos períodos seguintes da formação do planeta.
Nas últimas décadas, os cientistas têm encontrado vestígios geológicos que comprovam a existência de Rodínia, em formações rochosas de diferentes localizações que se estendem por áreas que vão dos continentes americanos até a África, passando pela Europa e Ásia.
Entender o que foi o supercontinente de Rodínia, suas características e como ele se transformou é fundamental para compreendermos melhor a dinâmica que move as mudanças da Terra e para estudarmos as possíveis mudanças que nosso planeta pode sofrer no futuro. Muitos cientistas afirmam que nos próximos milhões de anos, se a humanidade ainda estiver na Terra, presenciará novas e incríveis mudanças nas características geológicas e ambientais do planeta.
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