Entre as mudanças do Novo Acordo Ortográfico, o uso do hífen é uma das regras afetadas que mais gerou reações. Muitas pessoas argumentaram que o processo de aprendizado do uso correto do hífen não é exatamente fácil, e a mudança exigiria um reaprendizado destas regras em substituição às antigas.
A verdade é que, incômodo ou não, o novo uso do hífen é uma realidade em vigor desde o final de 2015, e deve ser aprendido por quem preza por um bom português. As mudanças do Novo Acordo Ortográfico já vigoram, e o uso do hífen já deve ser feito de acordo com estas regras.
Veja quais as regras gerais do uso do hífen segundo o Novo Acordo Ortográfico que vigora sobre a língua portuguesa:
Regra geral
A regra geral sobre o uso do hífen é razoavelmente simples – o problema é a boa quantidade de exceções que incidem sobre ela. De maneira simplificada, a regra diz que:
- Quando há duas letras iguais entre as duas palavras: separa-se com hífen.
- Quando há duas letras diferentes entre as duas palavras: une-se as palavras sem hífen.
É o que pode ser observado, por exemplo, em palavras como anti-inflamatório, arqui-inimigo, neoliberalismo e superintendente.
Tendo essa regra em mente, é o momento das exceções e regras especiais:
O uso da letra “H”
A letra “H” geralmente é apresentada sem sons, mas sua utilização conjunta com outras letras pode gerar modificações. Por isso, ela nunca pode estar “encostada” em prefixos. Palavras com a letra “H” antecedidas por prefixos ou outras palavras sempre utilizarão hífen. A forma gráfica correta, portanto, sempre será “pré-história, super-homem, anti-higiênico, etc”, qualquer que seja a última letra da palavra anterior.
O uso das letras “R” e “S”
O uso do hífen com essas duas consoantes apresenta um conjunto próprio de regras:
Quando “R” ou “S” forem a primeira letra de palavra precedida por prefixo que termina em vogal, não deve ser utilizado o hífen, e a consoante é dobrada. É o caso de ultrassonografia, suprarrenal, antisséptico e etc.
Quando “R” ou “S” forem a primeira letra de palavra precedida por prefixo que termina em consoante, as duas não se unem e é utilizado o hífen. É o caso de sub-reinado, ab-rogar, sub-síndico.
- Quando “R” ou “S” encontrarem-se na união de uma palavra com seu prefixo, as letras são separadas e utiliza-se o hífen. Super-realista e inter-relacionado são exemplos destas situações.
Regras antigas mantidas pelo Novo Acordo Ortográfico
Há situações em que o uso do hífen é mantido igual à regra anterior ao acordo atual. É o caso, por exemplo, de alguns prefixos especiais, como: “ex-, vice- e soto-“.
Além disso prefixos “pós-, pré- e pró-“ também exigem hífen, desde que sejam apresentados com acento. É por isso, por exemplo, que “pré-natal” leva hífen, enquanto “predeterminado” não.
Outras situações que exigem o hífen são os prefixos “pan-“ e “circum-“, quando precedem vogais. É importante considerar a existência ou não de vogal como a primeira letra da palavra seguinte. É ela que determina, por exemplo, a diferença entre “pan-americano” e “circunflexo”.
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