A chamada Teoria do Conhecimento, por vezes chamada de epistemologia, é aquela que busca compreender de forma geral o que é, de fato, a ato e o processo de conhecer. A Teoria do Conhecimento busca sistematizar e compreender de forma plena o que representa o conhecimento.
Estima-se que a preocupação com o conhecimento como ciência e como faculdade humana tenha sido intensificada na Grécia Antiga. Sua sistematização, no entanto, passa a ocorrer a partir do século XVIII, com o desenvolvimento do conceito da ciência de forma mais precisa.
Entenda o que é a Teoria do Conhecimento e quais são os seus principais aspectos:
O que é a Teoria do Conhecimento?
A Teoria do Conhecimento é a área interessada nas fontes, nas sistematizações e na validação do conhecimento como algo relevante para o desenvolvimento de ainda mais conhecimento. Trata-se, ao mesmo tempo, de uma concepção filosófica e um pensamento de resultados prática na forme de se desenvolver o conhecimento.
Por isso, é a teoria responsável por pensar no conhecimento por si só, e não no conteúdo deste conhecimento propriamente dito. Trata de sua essência, sua origem e suas formas.
As origens do conhecimento
As origens, ou fontes do conhecimento, são – possivelmente – a discussão mais relevante da Teoria do Conhecimento. Há basicamente duas formas de se obter o conhecimento: uma delas é através do empirismo, a outra é através do racionalismo.
O empirismo consiste na concepção de que o conhecimento só pode surgir a partir da experiência vivenciada. Sob tal perspectiva, entende-se que o conhecimento surge a partir de experiências sensoriais, como a visão, a audição, o tato, o olfato e o paladar.
Há, dentro do empirismo, três correntes. O empirismo integral define que todo o conhecimento resulta de processos indutivos baseados em concepções sensoriais – até mesmo a abstração matemática, compreendida a partir de generalizações de nossa própria observação sobre o mundo.
Há, ainda, o empirismo moderado, que compreende que parte do conhecimento pode ser obtido através de análises realizadas em abstração, que simplesmente tiveram a experiência empírica como ponto de partida.
O empirismo científico, por sua vez, admite a existência da abstração lógica, utilizando-se a experiência como base experimental e como forma de comprovação da regra abstratamente definida.
O racionalismo, por sua vez, entende a razão como um processo que independe de lastros com a experiência sensorial. Segundo a corrente, o próprio empirismo pode incorrer no erro da percepção errada ao não contar com uma racionalidade comprobatória além da própria percepção.
As diversas correntes – nem sempre sistematizadas – do racionalismo definem que as verdades são frutos da razão, e não da observação. Segundo a corrente, a observação tende a ser particular, enquanto a razão precisa de coerência universal para sobreviver.
A essência do conhecimento
No que diz respeito à sua essência, a Teoria do Conhecimento determina que o conhecimento pode ter duas essências: o realismo ou o idealismo.
O realismo pode ser compreendido em três espécies. O realismo ingênuo é aquele que compreende a realidade da forma como ela é apresentada, e entende aquilo como verdade, sem questionamentos a respeito dela. É, também, chamado de realismo pré-filosófico.
O realismo tradicional é aquele que promove o questionamento sobre a realidade aparente para fins de comprovação filosófica dela, ao molde aristotélico. O realismo científico, por sua vez, compreende que a realidade, ao existir, está descolada da subjetividade humana. Isso significa que a realidade existe a despeito de como a compreendemos e, em função de nossa subjetividade, torna-se impossível compreender a realidade por si mesma.
O idealismo, por outro lado, assume que a concepção humana em suas construções é capaz de determinar uma realidade específica, pois a realidade por si só não são existentes.
Nesta perspectiva, a realidade é compreendida por arquétipos não exatos, dependentes da subjetividade. Neste caso, assim como no realismo, somo incapazes de compreender a realidade como um todo, mas – por outro lado – somos capazes de construir as versões coerentes dentro da concepção humana.
Isso significa que a realidade é atrelada à forma como cada ideário a enxerga. Algo, ao ser percebido ou pensado, é real, pois sem sua concepção subjetiva, aquela coisa simplesmente não existe por si só.
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