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John Locke, o pai do liberalismo: saiba tudo sobre ele

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Você já ouviu falar de John Locke? Conhece algo sobre seu pensamento? Sobre alguma das suas obras? Ou sobre sua vida? Sabe de que forma o pensamento dele influencia a forma como você vive a sua vida hoje?

Neste artigo nós vamos te explicar um pouco sobre quem foi John Locke e quais foram suas contribuições para o pensamento e principalmente para a política de sua época, bem como sobre os ensinamentos e conceitos que ele deixou como legado para os nossos tempos.

Acreditamos que ao final deste artigo você irá se surpreender ao ver quanto esse homem que viveu quatrocentos anos atrás ainda se faz presente no seu dia a dia através de suas ideias políticas.

John Locke

Nascido na Inglaterra, em agosto de 1632, John Locke estudou ciências naturais, filosofia e medicina na Universidade de Oxford.

Ele era filho de um advogado que também atuou como capitão da cavalaria parlamentar, iniciou cedo seus estudos. Em 1652, ingressou na Christ Church College da Universidade de Oxford. Lá se formou em 1656 e lá fez seu mestrado.

John Locke foi nomeado professor em 1660 e na Universidade de Oxford lecionou retórica e grego antigo. Nesse período, estudou a filosofia de Descartes e viu despertar seu interesse pelas teorias do conhecimento.

Então foi nomeado secretário do chanceler da Inglaterra, Lord Ashley Cooper e essa nomeação foi decisiva para as formulações de suas teorias, pois o colocou em contato direto com as relações políticas.

Como membro da Academia Científica da Sociedade Real de Londres, John Locke, realizou uma série de pesquisas e estreitou relações com pessoas como Robert Boyle e Isaac Newton.

Passou algum tempo morando na França e na Holanda, durante o período da Revolução Gloriosa. Retornou para a Inglaterra com o reestabelecimento do protestantismo. John Locke participou da elaboração da “Declaração dos Direitos”, base da monarquia constitucional.

Participou ativamente do novo governo inglês. Foi ministro e fez parte do parlamento entre 1695 e 1700, tendo se afastado por motivos de saúde.

Ao longo de sua vida, ele nunca se casou ou teve filhos conhecidos. Faleceu em 1704, na Inglaterra.

John Locke

John Locke e o empirismo filosófico

Para John Locke as pessoas não devem adquirir conhecimento através de especulações ou deduções, mas sim através da experiência.

O empirismo filosófico de John Locke prega que a observação do mundo deve ser a base e o princípio das experiências científicas e refuta toda e qualquer explicação baseada na religião ou na fé.

É de John Locke a conhecida expressão de que a mente humana ao nascer é como uma “tábula rasa”, ou seja, é como uma folha em branco esperando que se escreva nela. Durante a sua vida, o indivíduo vai preenchendo essa folha em branco com suas vivências e experiências.

Em “Ensaio sobre o Conhecimento Humano”, John Locke defende essa teoria sobre como o conhecimento se desenvolve no homem.

De acordo com essa visão de ser humano, o empirismo filosófico acredita que o homem nasce bom, independente e puro – e, claro, todos iguais. A sociedade e as experiências pelas quais o indivíduo passa são responsáveis pela transformação do seu caráter e personalidade.

O que é liberalismo?

O liberalismo é uma corrente de pensamento que surgiu na Europa, no século XVIII, como resposta ao regime político mais comum na época – a monarquia absolutista.

De acordo com o liberalismo, todos os indivíduos nascem iguais no direito de liberdade e de propriedade privada. Além disso, o outro ponto principal do pensamento liberalista é que ele se recusa a aceitar a origem divina do poder – argumento utilizado pela imensa maioria das monarquias no período.

Tal pensamento não significava um questionamento da soberania do Estado, mas uma limitação de seus poderes, o colocando a serviço da população e não o contrário.

Por que John Locke é conhecido como o pai do liberalismo?

John Locke foi um dos primeiros pensadores a defenderem as ideias do liberalismo, por isso ficou conhecido como o pai do liberalismo.

Sua obra “Segundo Tratado do Governo Civil” ele propunha a substituição do absolutismo por uma relação contratual entre governo e povo pré estabelecida por um conjunto de leis que ficou conhecido como constituição.

Sim, a constituição que conhecemos hoje nasceu nas ideias do liberalismo de John Locke.  A duração da ideia de John Locke dá a dimensão da importância de seu pensamento.

Outro ponto importante do liberalismo de John Locke foi a distinção entre Estado e Igreja. Para ele, o Estado e a Igreja deveriam ser duas instituições distintas e independentes. Com essa postura, John Locke defendia também a liberdade de pensamento religioso, ou seja, o Estado não determina a religião do indivíduo, ele tem a liberdade de decidir seu credo.

Da mesma forma que Montesquieu, Locke defendia que o governo deveria ser dividido em três poderes:

  • Poder Legislativo;
  • Poder Executivo;
  • Poder Judiciário.

Paradoxalmente, John Locke defendia a liberdade dos homens e era favorável à escravidão. Entretanto a escravidão defendida por John Locke não tinha relação com a raça ou a cor do indivíduo. Ele acreditava que os povos vencidos na guerra deveriam ser mortos ou escravizados.

John Locke

Considerações finais

Não é por acaso que tanto se fala sobre a importância de conhecermos a nossa história. E não apenas a nossa história enquanto indivíduos, mas a nossa história enquanto humanidade.

Se considerarmos o tempo em relação ao surgimento do homem, vemos que as ideias políticas que hoje fazem parte da nossa realidade são recentes, datam de poucos séculos atrás.

Porém, se levarmos em consideração quanto a vida evoluiu nas últimas décadas, principalmente do ponto de vista tecnológico, cabe uma reflexão se esses modelos não estão antiquados ou ultrapassados ou pelo menos poderiam ser repensados.

Outra possibilidade é considerar que houve um período da nossa história onde realmente algumas mentes iluminadas passaram a repensar o que era habitual e reconsiderar formas de pensamento e governo.

Nessa safra de importantes pensadores, que mudaram não apenas aquele mundo, mas o mundo que conhecemos hoje, está sem dúvidas o nome de John Locke.


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