Anita Malfatti foi uma das maiores artistas plásticas brasileiras, que ganhou notoriedade nacional e se tornou um dos nomes mais relevantes para a criação artística do país.
A pintora, nascida em São Paulo, conseguiu abalar o conservadorismo nacional de sua época, e hoje é uma das artistas mais estudadas na sala de aula, sendo considerada essencial para estudantes de diferentes níveis.
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Vamos explorar um pouco mais a sua biografia, e entender como essa mulher conseguiu grande ascensão em uma época de recursos tão baixos e um tempo em que a voz feminina nem sempre tinha espaço para se expressar.
Anita Malfatti – a biografia de uma artista
Anita Malfatti nasceu em São Paulo em 1889, numa família abastada, composta por dois pais estrangeiros: Betty Krug, norte americana e seu pai, Samuele Malfatti, italiano.
O pai faleceu quando a menina ainda era muito nova, e logo a mãe precisou dar aulas para conseguir manter a filha em boas condições. As aulas eram de pintura e idiomas, duas coisas que a mulher dominava.
Inquieta com sua vida monótona, Anita decidiu tentar o suicídio aos 13 anos de idade. Em alguns depoimentos, a artista confessou que acreditava que essa experiência de quase morte poderia, de alguma forma, lhe trazer um vislumbre de qual rumo tomar.
Ela viva com a mãe em uma casa próxima a estação de trem Barra Funda, na capital paulista. E assim, jovem decidiu um belo dia dar fim a própria vida, ou se colocar em uma situação de extremo perigo.
Caminhou até a estação Barra Funda, e deitou-se nos trilhos. Anita Malfatti descreveu a situação como pavorosa, já que ficou ali enquanto o trem se aproximava, e simplesmente passou sobre ela.
E foi nesse momento que a artista sente que teve o seu talento despertado. Morria, de fato, a pequena Anita, e nascia Anita Malfatti – artista plástica brasileira.
Deficiência e estudos: como ela superou as dificuldades?
Como todo grande artista, Anita Malfatti guarda inúmeras curiosidades em sua biografia. Ela nasceu com uma deficiência em sua mão direita, e por conta disso teve que aprender a usar a mão esquerda.
Órfã de pai, a garota teve de contar com a ajuda de um tio para conseguir realizar os seus estudos em pintura. Ela viajou para Europa com as primas e se matriculou na Academia Real de Belas Artes, em Berlim, em 1910.
Quatro anos depois a jovem voltou para o Brasil, influenciada pelos expressionistas europeus, e decidida a angariar verbas para voltar para os estudos no exterior. Reuniu alguns conteúdos de sua criação e agendou uma exposição em SP.
Mas pouco tempo depois a I Guerra Mundial estourou, e a Europa se tornou um destino impossível para a jovem Anita Malfatti. Foi então que seu tio sugeriu uma ida aos Estados Unidos.
Passou dois anos em Nova York, onde estudou na Art Students League. Retornou ao Brasil, e trouxe consigo uma série de telas produzidas durante a sua viagem. Uma nova exposição foi montada, e finalmente Anita Malfatti chamou a atenção da mídia.
Monteiro Lobato, que na época era um famoso crítico de arte, escreveu em o Estado de S. Paulo um texto a respeito da jovem, e criticava a sua arte e o que chamou de “influência de Picasso” que ela demonstrava nas criações.
Muitas das telas que foram vendidas em sua exposição foram então devolvidas, graças aos comentários duros feitos por Lobato. A jovem passou a ser atacada por diversas críticas, e entrou em seu primeiro questionamento artísticos.
Recuperação e Ascenção: Anita Malfatti no foco do mundo!
Abalada com o que causou o artigo do jornalista, Anita parou de produzir por um ano, e só voltou em 1922, quando participou da Semana de Arte Moderna, onde apresentou justamente 22 Obras.
Em 1923 a artista Anita Malfatti voltou para a Europa, onde permaneceu por 5 anos, produzindo e expondo. Passou por cidades como Berlim, Paris e Nova York.
Na década de 40 Anita Malfatti se viu pega pela morte repentina da mãe. Então retornou ao Brasil, e exilou-se em seu sítio na cidade de Diadema, na região de São Paulo. Lá ela faleceu em 06 de novembro de 1964, pouco antes de completar 74 anos de idade.
Amizades importantes:
Apesar de ter sido amplamente criticada por Lobato e alguns outros nomes importantes da literatura, do jornalismo e das artes, Anita Malfatti desenvolveu laços fortes com personalidades ainda mais importantes.
Ao lado de Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade, Menotti del Picchia e Mário de Andrade ela criou o “Grupo dos 5”, que tinha como intenção revolucionar a produção artística brasileira.
Essa também foi uma das reuniões mais relevantes para que a Semana de 22 realmente acontecesse. Anita Malfatti começou a marcar seu nome da história brasileira ainda muito jovem, e se tornou uma das artistas mais importantes do país.
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