Manuel Bandeira é um dos grandes poetas do século XX no Brasil. Além de poeta, destacou-se como professor e crítico literário, fazendo parte da fase modernista da década de 1920 da literatura brasileira. Suas obra é bastante icônica no desenvolvimento da identidade poética do século XX.
Saiba mais sobre sua vida e sobre o desenvolvimento de sua obra:
Vida
Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho, mais conhecido como Manuel Bandeira, nasceu em 19 de abril de 1886, na cidade de Recife, Pernambuco. Durante a adolescência, viveu e estudou no Rio de Janeiro. Após estudar Humanidades, começou a estudar arquitetura, em 1904, em São Paulo.
Depois de um período na Suíça para tratar da tuberculose, voltou ao Brasil e publicou sua primeira obra, A Cinza das Horas, em 1917. Nas décadas seguintes, Manuel Bandeira seguiu dedicando-se a literatura e à carreira de professor. Em 1940, foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), aposentando-se como professor em 1956.
Faleceu em 13 de outubro de 1968, no Rio de Janeiro, aos 82 anos de idade.
Estilo e Poesia
Embora tenha iniciado sua carreira na escola parnasiana, Manuel Bandeira pertenceu ao movimento modernista brasileiro e foi onde obteve grande reconhecimento. Sua poesia, Os Sapos, foi declamada na Semana de Arte Moderna, em 1922, dando ainda mais destaque para a sua obra e trabalho.
De forma geral, as poesias de Manuel se destacam pela simplicidade na escrita e também pela objetividade dos versos. Com uma escrita direta, sabia utilizar as mais diversas técnicas da literatura e poesia, como métricas e outras estruturas.
Explorava diversos temas da sociedade e do indivíduo. Muitas poesias retratavam a sua angústia e medo dos problemas da vida, como a morte e o fim, ao mesmo tempo em que outras obras destacavam a busca pela alegria e felicidade. Também retrata seu cotidiano e sua infância, explorando a nostalgia e saudades dos tempos passados.
Manuel Bandeira se destacava pelo amplo e profundo conhecimento literário, principalmente devido ao fato de ter sido professor durante toda a sua vida. Em suas poesias, demonstrava um grande conhecimento de técnicas poéticas, ao mesmo tempo em que mostrava liberdade para escrever sobre diversos temas.
Principais Obras
As principais obras de Manuel Bandeira são: A Cinza das Horas (1917), Libertinagem (1930) e Estrela da Manhã (1936). Da sua fase modernista, muitos consideram que Libertinagem é um dos grandes marcos de sua obras literária. Publicado em 1930, é um livro com 38 poemas escritos ao longo da década passada. Com linguagem livre, direta e objetiva, sem formalismos poéticos, ele explora temas do cotidiano e da infância.
Já Estrela da Manhã foi publicado em 1936 e reforça o estilo livre e despojado do escritor. Bandeira utiliza uma linguagem irônica, abusando do coloquial e do linguajar do cotidiano brasileiro. Busca romper com a tradição e formalismo poético, explorando temas diversos.
Entre seus poemas famosos, Os Sapos é um dos mais conhecidos, considerado uma crítica aos escritores parnasianos da época. Muitos classificam esse poema como um marco do movimento modernista, reunindo as principais características dos poetas modernos, como os versos sem rima, a liberdade de linguagem e a ironia aos discursos formalistas.
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