O uso da vírgula é um dos domínios mais difíceis na escrita portuguesa, especialmente se você não desenvolveu uma boa base teórica a respeito da estrutura da gramática. No entanto, seu aprendizado torna-se significativamente mais fácil quando é convertido em exemplos e situações práticas.
Isso permite associar os momentos adequados do uso da vírgula aprendidos aos momentos em que será de fato utilizado. Saiba mais sobre as situações que exigem o uso da vírgula, e como utilizá-la corretamente:
O uso da vírgula dentro de orações
De forma resumida, pode-se apontar duas grandes características nas quais a vírgula é utilizada: dentro de orações ou entre orações distintas. Cada uma dessas situações apresenta diferentes casos em que o uso é exigido. No caso de utilização dentro das orações, destacam-se:
Separação de elementos de mesma natureza
Este é o caso mais simples, em que o uso da vírgula serve para separar elementos semelhantes sendo enumerados. É o caso de orações como:
“Fui comprar bananas, maçãs, arroz e feijão.”
Nota-se, neste tipo de situação, que os elementos possuem uma função sintática semelhante dentro da oração. A vírgula serve para substituir a presença das conjunções, nesta situação. É por isso que quando há a conjunção “e”, entre “arroz” e “feijão”, não há necessidade da vírgula.
Supressão de uma palavra
É comum que algumas palavras – em especial os verbos – sejam suprimidas de uma oração, sendo substituídas por uma vírgula. Exemplo disso pode ser observado em:
“Jorge, para todos os outros, falou que tiraria férias; para mim, que precisaria fazer a cirurgia urgentemente.”
A vírgula suprime, neste caso, a repetição do verbo “falou” depois de “para mim”.
Isolamento de vocativo ou aposto
Pode-se isolar o vocativo com o uso da vírgula, caso seja estruturalmente preferido pelo escritor. É o caso de exemplos como:
“E então, Maria, o que você pretende fazer?”
Uso semelhante pode ser apontado para o aposto de uma oração, isolado da mesma maneira em exemplos como:
“Ronaldo, um dos melhores do mundo, participará do debate.”
Isolamento de complementos nominais e verbais e adjuntos adverbiais deslocados
Quando um complemento é deslocado para o início de uma oração, é necessário isolar o trecho com o uso da vírgula. É o caso de exemplos como:
“O sentimento mais belo, eu senti ao ouvir sua voz.”
“Do Afonso, eu não quero falar!”
O mesmo pode ser dito a respeito dos adjuntos adverbiais. Quando são deslocados de seu local típico, precisam ser indicados e isolados com as vírgulas. É o caso do exemplo:
“Aprendi que, na vida, tudo é uma questão de perspectiva.”
Isolamento de conjunções e expressões intercaladas
Algumas conjunções e expressões costumam ser inseridas dentro das orações. Nestes casos, é necessário que sejam isoladas com vírgulas. É o caso da conjunção:
“Isso não significa, no entanto, que estejamos seguros.”
Ou de expressões como:
“Entende-se, em suma, que essa é a posição majoritária da doutrina.”
O uso da vírgula entre orações
Como mencionado, há situações nas quais a vírgula é utilizada entre orações distintas:
Separação de orações para evitar o uso de conjunção
Pode-se utilizar a vírgula para substituir conjunções, especialmente quando elas forem repetidas dentro de um contexto. Desta forma, em vez de escrever:
“Levantei da cama e tomei café e escovei os dentes e fui trabalhar.”
É aconselhável utilizar vírgulas que separem todos estes trechos, criando o novo período:
“Levantei da cama, tomei café, escovei os dentes e fui trabalhar.”
Isolamento de orações que intercalam-se
É comum que uma oração esteja alocada dentro de outra. Neste caso, é necessário isolar as duas com o uso da vírgula. É o caso de:
“Na China, quando visitei os país, as pessoas eram sempre simpáticas”
A regra é a mesma para a utilização com orações adjetivas com finalidade de explicação e orações adverbiais.
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