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Pego ou Pegado: qual o certo?

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A língua portuguesa conta com uma grande quantidade de situações em que a resposta certa nem sempre pode ser apontada de maneira direta. A decisão entre pego ou pegado, na hora de escrever, é um exemplo típico destas situações um pouco mais complicadas.

O que acontece, neste caso, é que tratam-se de duas maneiras gramaticalmente adequadas e válidas do particípio do verbo pegar. Utilizar pego ou pegado é igualmente válido – a diferença é que uma delas é a forma no particípio irregular (pego), e a outra é a forma regular do particípio (pegado).

Isso ocorre porque “pegar” é um verbo abundante, que possui mais de um maneira correta de ser expresso em certas situações. A boa notícia é que existe dicas que facilitam o uso adequado das palavras, na melhor forma possível.

Entenda a diferença entre pego ou pegado, quando utilizar cada uma delas, e quais os cuidados necessários:

O que são os verbos abundantes?

Verbos abundantes são aqueles que possuem mais de uma forma de utilização em certas circunstâncias, em especial no particípio. Essas variações são chamadas de formas equivalentes. Por isso, fala-se que o verbo pegar possui particípio duplo: uma forma regular e outra irregular.

Sugere-se, de maneira geral, que as formas equivalentes sejam usadas com um certo conjunto básico de regras. Dá-se preferência para a forma regular do particípio na voz ativo, e para a irregular na voz passiva.

Além disso, a maior parte dos verbos abundantes encontra, na sua forma regular, a preferência da norma culta da lígnua portuguesa. Por outro lado, a grande maioria deles torna-se cada vez mais comum em sua forma irregular, o que indica uma tendência de adoção única da forma equivalente irregular com o passar dos anos.

Qual o certo?

Como já mencionado anteriormente, na disputa entre pego ou pegado, não é possível dizer que haja uma forma correta e outra incorreta. As duas formas equivalentes são aceitas como particípio do verbo pegar.

Não há, além disso, distinção em relação ao significado das formas equivalentes. Ambas são normalmente utilizadas para todos os significados distintos do verbo pegar. Tanto a forma regular “pegado”, quanto a irregular “pego” possuem o mesmo sentido na língua portuguesa.

Por isso, é igualmente adequado utilizar:

– Sua mãe disse que já tinha pegado seu histórico escolar.

– Sua mãe disse que já tinha pegou seu histórico escolar.

Recomendações gramaticais

Embora as duas formas equivalentes estejam corretas, a gramática portuguesa apresenta algumas preferências estéticas. Apesar de um verbo abundante ser bastante versátil em relação às suas formas, alguns doutrinadores fazem recomendações sobre o uso de pego ou pegado.

Em geral, recomenda-se a forma regular, “pegado”, em orações de voz ativa e, sobretudo, quando acompanhada dos verbos auxiliares “haver” ou “ter”. Torna-se mais familiar, desta forma, ouvir e ler expressões como “ter pegado” ou “haver pegado”.

Já no que diz respeito à forma irregular, recomenda-se seu uso em orações de voz passiva. Além disso, essa forma é preferencialmente acompanhada dos verbos auxiliares “ser” ou “estar”. Por isso, é mais familiar lermos as expressões “ser pego (pela polícia, por exemplo)”.


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