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Hiperespaço: conceito, estudos e possibilidades

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O hiperespaço é um conceito que vai além da percepção física das três dimensões, que é a maneira como estamos acostumados a perceber o mundo ao nosso redor. Aprendemos desde cedo a lidar com o conhecimento destas três dimensões através de certos termos:

Ponto – ponto é o espaço sem dimensões, um espaço, uma entidade geométrica cujo número de dimensões é igual a zero.
Reta – assim chamamos a entidade geométrica que possui apenas uma dimensão ( chamada de comprimento)
Plano – essa entidade geométrica tem duas dimensões, sendo elas comprimento e largura.
Cubo – a entidade geométrica mais completa que conseguimos observar, esta tem três dimensões (altura, largura e comprimento).

Porém os cientistas e pesquisadores argumentam que é alta a possibilidade de que existam outras dimensões e nós apenas não as observamos por uma inabilidade do nosso cérebro.

A área que busca estudar essas dimensões potenciais é a que se destina à compreensão do hiperespaço.

Surgimento do conceito

Dentro do estudo da álgebra, as dimensões são apenas uma pequena parte dentro de um sistema de equações. Estas equações se estendem por sistemas complexos que chegam a ter centenas de dimensões. Graças a este estudo que combina conhecimento de geometria e álgebra surgiu a teoria do Hiperespaço.

O hiperespaço é uma entidade geométrica composta por quatro dimensões, portanto sua aparência seria de um hipercubo.

Mesmo com o acesso aos cálculos e teorias da álgebra, nós que vivemos em três dimensões temos dificuldade de até mesmo imaginar um espaço com mais do que as dimensões que já conhecemos. Também é praticamente impossível imaginar como seria uma linha reta infinita em apenas uma dimensão ou um ponto em que as dimensões não existem.

Ponto e reta são formas de explicar matematicamente conceitos que completam a equação dimensional. Mesmo que este fenômeno não possa ser observado existem fontes na natureza onde podemos observar similaridades bem próximas, quando um observador olha para o céu noturno cada estrela parece ser apenas um ponto sem dimensões.

A teoria geral da relatividade criada por Einstein foi a primeira e a principal aplicação feita até hoje para a existência de uma quarta dimensão. Segundo a teoria de Einstein, o tempo seria a quarta dimensão e formaria um conjunto interligado com as três mais conhecidas, formando um continuum espaço-tempo.

Foi graças a essa teoria que físicos e astrônomos foram capazes de observar uma grande variedade de fenômenos, como a passagem de cometas e alinhamento de planetas.

Dimensões enroladas sobre si mesmas

O conceito, no entanto, não ficou apenas por aí. Suas aplicações foram diversas ao longo do último século. Enquanto Einstein utilizou uma quarta dimensão para unir o tempo e o espaço e explicar parte do funcionamento da natureza e seus fenômenos, o matemático alemão Theodor Franz Edward Kaluza teorizou no ano de 1919 que o universo poderia ser composto por uma 5ª dimensão ainda mais abrangente.

Algum tempo depois, Oskar Klein sugeriu que outras dimensões poderiam estar estendidas ou enroladas sobre si mesmas
Em 1984 uma teoria foi proposta através do trabalho conjunto de dois grandes pesquisadores (Michael B. Green e John H. Schwarz). Ela foi batizada como teoria das cordas.

Segundo ela, o nosso universo teria inúmeras dimensões. Algumas, tão intrincadamente enroladas sobre as outras, que sua observação seria impossível. A teoria das cordas, então, ganhou mais e mais credibilidade e atualmente é uma das mais aceitas na física teórica

Graças aos avanços, essa teoria foi se desenvolvendo e ganhando pontos de apoio e revisões. Segundo os estudos mais recentes, já se supõem onze diferentes dimensões que estão permeando o nosso tempo-espaço quadrimensional.

Hiperespaço na cultura popular

O hiperespaço é um assunto recorrente na ficção científica. Filmes e séries usam o conceito com frequência sugerindo o uso do Hiperespaço para viajar grandes distâncias em um tempo curto.

Para entender melhor esse conceito, é preciso saber que mesmo que uma nave espacial fabricada na Terra pudesse viajar na mesma velocidade que a luz seria preciso um período de 100.000 anos apenas para sair da nossa galáxia. A ideia nos filmes seria utilizar uma dimensão diferente para pegar um “atalho”.

Imagine que você pudesse dobrar o espaço como se dobra um lençol. A ideia da viagem pelo hiperespaço seria usar uma das muitas dimensões sugeridas pela teoria das cordas para juntar duas pontas do universo de modo a não precisar atravessar toda a extensão da distância real.

Embora o conceito de viagens pelo hiperespaço seja atraente, ele ainda não pode ser provado e muito menos utilizado como nos filmes. Mesmo assim, apenas o fato de que o conceito existe já é prova de grandes avanços da matemática, e um primeiro passo promissor na direção de uma tão sonhada teoria que possa explicar todos os conceitos da Física como um único grande sistema, e não apenas forças individuais. Essa teoria tão cobiçada é chamada na comunidade científica de “teoria de tudo”.


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