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Coerência e coesão: suas diferenças e características

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Coerência e coesão são mecanismos fundamentais para que um texto seja compreendido corretamente e sua mensagem alcance o objetivo pretendido. A coesão permite uma ligação entre as diferentes partes do texto, já por meio da coerência as ideias apresentadas se complementam de maneira lógica e harmoniosa.

Portanto, para que se possa produzir um texto de qualidade é necessário que a coerência e a coesão estejam presentes em sua estrutura narrativa. Sem coerência e coesão uma boa ideia pode não ser compreendida pelo leitor que perderá o interesse.

Ambas estratégias possuem características próprias, regras de utilização e indicações para que seu uso ocorra de maneira a tornar o texto mais agradável e interessante para a leitura e entendimento do conteúdo que foi transmitido.

O que é coesão? Quais são suas características?

Através da coesão, o autor do texto consegue criar ligações entre as palavras, frases e parágrafos de maneira lógica visando a integração das ideias apresentadas. A coesão permite que se ligue partes diferentes do texto criando relações que facilitem o entendimento da ideia. Coesão pode ser entendida como ligação ou conexão entre as várias partes de uma produção textual.

A coesão textual pode ser conseguida através de quatro estratégias, são elas:

Referência e reiterações: se refere às situações nas quais o autor faz algum tipo de citação sobre uma ideia ou a outros termos que já estão presentes no texto. Este recurso faz o leitor se lembrar de algo que já foi apresentado e reforça uma ideia que foi exposta. As reiterações são uma forma de reafirmar algo que já foi dito utilizando outras palavras.

Conectores: são advérbios conectivos, preposições ou conjunções que tem a função de relacionar e ligar as partes do texto e criando uma sequência de ideias. São alguns exemplos de conectores as seguintes palavras: “então”, “em princípio”, “às vezes”, “assim como”, “ainda mais”, “possivelmente”, “sem dúvida”, “de repente”, “por exemplo”, entre outras.

Correlação de verbos: ocorre por meio do uso de tempos verbais de forma a criar uma sequência linear e lógica das ideias e fatos apresentados para que o leitor possa perceber a ordenação do texto. Ex.: chegou, estarei, fizeram, durmo, leio, cansou, etc.

Substituições lexicais: são alterações de palavras, onde um novo termo é utilizado em substituição a outro que já tenha sido anteriormente apresentado para isto pode se utilizar sinônimos, pronomes, hipônimos ou heterônimos. Ex.: Papa x Sua Santidade, cidade de São Paulo x Capital paulista ou Eros x Deus do Amor.

Existem muitos exemplos de termos, palavras e sentencias de transição. Por exemplo, para indicar o início ou introdução de algo podemos usar “desde já”, “primeiramente” ou “antes de tudo”.

Se a intenção for dar uma ideia de continuidade podemos utilizar expressões como “além disso”, “ainda por cima”, “do mesmo modo”, “outrossim” ou “bem como”. Já para indicar o término de algo ou a conclusão de uma ideia pode se recorrer à palavras como “afinal”, “portanto”, “desta forma”, “em suma”, “concluindo” ou “enfim”.

Coerência e coesão

O que é Coerência? Quais são suas características?

A lógica entre as ideias apresentadas é garantida pela utilização da coerência no texto. Assim, os argumentos são agrupados de maneira que o leitor perceba sentido no que está sendo apresentado.

Sem coerência, o texto fica confuso, perde o significado produzindo o que chamamos de incoerência. Para que uma argumentação possua coerência, ela deve atender três princípios fundamentais. São eles:

Não contradição, significa a quebra da lógica ao se apresentar ideias, fatos ou situações que se contradizem criando a incerteza sobre a veracidade ou possibilidade daquilo que está sendo exposto.

Não tautologia, que é o vício repetir excessivamente uma ideia que já foi apresentada ou explicada. Uma tática que pode mascarar um pouco este problema é a utilização de palavras diferentes, porém o excesso de repetição diferentemente de reforçar a ideia pode cansar o leitor, criar dúvidas sobre o argumento ou simplesmente confundir.

Relevância, outro fator que torna um texto incoerente é a utilização de pedaços de textos que não possuem uma ligação lógica com as demais ideias contidas no argumento. Assim, a falta de relevância de uma parte do texto pode causar distrações desnecessárias, desvio de foco sobre o assunto principal ou causar confusão sobre os diversos argumentos apresentados que não tem relação entre eles.

Principais diferenças entre coerência e coesão

Como vimos, coerência e coesão são fundamentais para que um texto seja compreendido em sua totalidade de maneira lógica e gradativa. Sem a utilização correta destes recursos o texto se perde em frases desconexas, ideias confusas e ordenamento confuso das ideias causando dúvidas e desinteresse no leitor.

Porém, coerência e coesão não se tratam do mesmo recurso. Cada qual, possui suas próprias características e funcionalidades. Entender as diferenças entre ambos permite que o autor consiga extrair o melhor de cada estratégia para tornar o texto mais eficiente, interessante e persuasivo.

Fazer a ligação entre os diferentes elementos e etapas de um texto é o principal papel da coesão. Ela tem a função de unificar palavras, frases e parágrafos criando uma sequência de fatos e ideias.

Já a coerência é responsável por oferecer lógica, racionalidade, veracidade ao que está sendo exposto. Através da coerência o autor reafirma o que está apresentando ao complementar argumentos com outras ideais que confirmam o ponto central da ideia e dão sentido lógico ao texto.

Embora coerência e coesão ofereçam estruturas de embasamento e construção de um bom texto, porém não é obrigatório que ambas estejam presentes na mesma argumentação. É possível um texto, ou uma frase, que contenha apenas uma ou outra.

Por exemplo, se dizemos “a oficina está aberta diariamente, exceto aos domingos”, estamos apresentando uma mensagem que é coesa, porém incoerente. O contrário também pode acontecer: o texto ser coerente, mas não ter coesão. Ex.: “Não se atreva. Está tudo arrumado. Vá mexer com suas coisas. Feche a porta”. Neste caso, é possível compreender o que está sendo dito, entretanto as ideias não estão ligadas de uma maneira natural ou de maneira harmoniosa.

Desta maneira, podemos perceber o quanto ambos recursos são valiosos para a produção de textos de qualidade, bem estruturados e lógicos que despertarão a atenção e o interesse do leitor.


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