Os morfemas que consentem que as palavras ao qual se unam sejam flexionadas são chamados de desinências. Estas são divididas em duas categorias: a desinência nominal e a desinência verbal.
A desinência nominal
Os morfemas que se unem a determinadas palavras, em especial a adjetivos e substantivos se denominam desinências nominais. Esses morfemas fazem a indicação da flexão com base no número (plural e singular) e no gênero (o feminino e o masculino).
Observe atentamente os exemplos abaixo:
- “o” – É a desinência nominal que indica o masculino (gênero);
- “a” – É a desinência nominal que indica o feminino (gênero);
- “s” – É desinência nominal que indica o plural (número).
Pela desinência se consegue fazer a identificação dos números e dos gêneros das palavras à seguir:
- Garota – Gênero feminino e “número” singular;
- Garoto – Gênero masculino e “número” singular;
- Garotas – Gênero feminino e “número” plural;
- Garotos – Gênero masculino e “número” plural.
Observação:
Algumas palavras são invariáveis, ou seja, elas acabam não se flexionando, não admitem a desinência de número e gênero.
Atente para os exemplos a seguir:
- Palavras não flexionadas, que não admitem as desinências nominais do gênero: papel, cama, janela, hotel, etc.;
- Palavras não flexionadas, que não admitem as desinências nominais do número: lápis, pires, ônibus, vírus, etc.
Veja alguns exemplos:
- A menina atenciosa prestava atenção no professor;
- As meninas atenciosas prestavam atenção nos professores;
- O menino atencioso prestava atenção no professor;
- Os meninos atenciosos prestavam atenção nos professores.
A desinência “e” usualmente indica o plural. No entanto, determinadas palavras que são terminadas em “s” têm o plural indicado pelo acréscimo do “es”.
A desinência verbal
Os morfemas que se unem aos verbos acabam indicando suas flexões em:
- Modo – Imperativo, indicativo, subjuntivo;
- Número – Plural e singular;
- Pessoa – Pessoa gramatical 1ª, 2ª e 3ª;
- Tempo – Futuro, presente, passado.
A terminação que o verbo assume quando conjugado é que compõe a desinência. Suas classificações são:
- Número pessoal;
- Modo temporal;
- Verbo nominal.
Desinência número pessoal
Quando a ação do verbo especifica uma pessoa e um número é apontado pela desinência número pessoal.
Observe os exemplos:
- “o” – Indica a 1ª pessoa do singular (eu adoro, eu compro, eu atuo, eu solto, eu fecho, eu saio, etc.);
- “s” – Indica a 2ª pessoa do singular (tu adoras, tu compras, tu atuas, tu soltas, tu fechas, tu sais, etc.);
- “mos” – Indica a 1ª pessoa do plural (nós adoramos, nós compramos, nós atuamos, nós soltamos, nós fechamos, nós saímos, etc.);
- “m” – Indica a 3ª pessoa do plural (eles adoram, eles compram, eles atuam, eles soltam, eles fecham, eles saem, etc.).
Atenção! As desinências número-pessoal não indicam modo nem o tempo que os verbos estão conjugados.
Atente para o exemplo:
Observamos que o verbo que é conjugado na 3ª pessoa do plural é apontado pela desinência “m” (eles adoram, eles compram). Isso acontece no presente do indicativo (eles atuam), como também no futuro do pretérito do subjuntivo (eles atuariam).
Isso quer dizer que o “m” não é indicativo de modo e nem de tempo. Ele apenas é indicativo de que o verbo é conjugado por “eles”, mostrando, assim, a pessoa e o número (3ª pessoa do plural).
Desinência modo temporal
O indicativo do tempo e do modo em que a ação do verbo acontece é chamado de desinência modo temporal.
Veja os exemplos:
- “va” – Indica a 1ª conjugação do pretérito imperfeito do indicativo (eu amava, tu amavas, ele amava, etc.);
- “ia” – Indica a 2ª e a 3ª conjugação do pretérito imperfeito do indicativo (eu fazia, tu fazias, ele fazia, etc.);
- “ra” – Indica o pretérito mais-que-perfeito do indicativo (eu falara, tu falaras, ele falara, etc.);
- “ria” – Indica o futuro do pretérito do indicativo (eu mediria, tu medirias, ele mediria, etc.);
- “sse” – Indica o pretérito imperfeito do subjuntivo (se eu sumisse, se tu sumisses, se ele sumisse, etc.).
Desinência verbo nominal
É o indicativo do gerúndio, do particípio e do infinitivo, ou seja, a forma nominal do verbo.
Observe os exemplos:
- “r” – Indica o infinitivo (calar);
- “ndo” – Indica o gerúndio (calando);
- “do” – Indica o particípio (calado).
As palavras invariáveis
Como foi dito anteriormente, é preciso prestar atenção nas palavras que são ditas “invariáveis”. Elas não admitem a desinência de número nem a de gênero, portanto, não são flexionadas.
Veja os exemplos a seguir de mais palavras que não consentem a desinência nominal do gênero: igreja, cadeira, mesa, cama, janela, papel, hotel, telefonema, tribo, cruz, etc.
Agora veja os exemplos a seguir de mais palavras que não consentem a desinência nominal do número: lápis, pires, vírus, pires, etc.
Quadro com as desinências de tempo verbal que originam outros modos e outros tempos verbais
Presente | Pretérito Perfeito | Infinitivo Pessoal
Futuro do Subjuntivo |
||||
Pessoa | Singular | Plural | Singular | Plural | Singular | Plural |
1ª | “o” | “mos” | “i” | “mos” | – | “mos” |
2ª | “s” | “is” (“des”) | “ste” | “stes” | “es” | “des” |
3ª | – | “m” | “u” | “ram” | – | “em” |
Em resumo
A desinência nominal de gênero existe para diferenciar as palavras masculinas das suas versões femininas (ou vice-versa). Para isso, as palavras precisam ter suas duas versões (“o gato” e “a gata”). Do contrário (por exemplo, “faca” – não existe “faco”), não se pode confundir com as vogais temáticas (“faca” – o “a” da palavra é sua vogal temática).
A desinência nominal de número apontam se as palavras estão no singular ou no plural. Por exemplo: macacos (o “s” é a desinência indicativa da palavra no plural).
Mas tenha cuidado, pois determinadas palavras que terminam com o “s” não estão no plural (ônibus, lápis, pires). Sendo assim, o “s” passa a não ser a desinência de número.
As desinências verbais estão presentes em verbos e indicam as pessoas e os números em que foram conjugados (esta é a desinência número-pessoal) ou pode indicar o tempo e o modo da conjugação (esta é a desinência modo-temporal).
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