Todo mundo já ouviu falar em ditongo na escola, no entanto, não são todas as pessoas se lembram de seus pormenores. No nosso alfabeto (a língua portuguesa) podemos encontrar duas categorias de letras: as vogais e as consoantes.
Chamam-se vogais as letras: a, e, i, o, u. O restante é consoante. Sendo assim, conhecendo esse detalhe, é possível avançar um nível nos estudos gramaticais. É possível encontrar várias particularidades que precisam ser entendidas para que se consiga uma escrita correta.
Uma das particularidades do Português que vamos abordar neste artigo é o chamado encontro vocálico. É chamado assim aquele encontro que se dá entre duas vogais ou mais na composição de uma palavra. Esses encontros podem ser listados em três categorias: hiato, tritongo e ditongo.
Aqui, vamos enfatizar o conceito que envolve o ditongo, o que significa a união de duas vogais, ou melhor, dos sons vocálicos na mesma sílaba. Podemos citar como exemplo a palavra “deixa”. Quando ela é dividida por sílabas, acaba ficando assim: dei-xa.
Desta forma, percebemos que a vogal “e” e a vogal “i” se encontram na mesma sílaba. Mais um exemplo que podemos dar é a palavra aquário. Se ela for dividida por sílabas, acaba ficando: a-quá-rio. Neste caso, na segunda sílaba temos as vogais “u” e “a” e na terceira temos as vogais “i” e “o”.
Quais são os tipos que existem de ditongo
O ditongo é um tipo de encontro vocálico, tal como foi visto anteriormente. Ele pode ser classificado em duas formas diferentes: ditongo decrescente ou ditongo crescente, e ditongo nasal ou ditongo oral.
Vamos explanar mais sobre cada uma dessas formas.
Ditongo decrescente ou crescente
Para categorizar o ditongo como decrescente ou crescente, é preciso, antes de qualquer coisa, saber como distinguir uma semivogal da vogal.
A vogal é classificada como aquela que está sozinha em uma sílaba. Em caso de ficar junto de outra vogal, pode ser que sua evidência diminua, fique menor, um tanto quanto “escondida”. Sendo assim, neste sentido, podemos classificar como semivogal.
Um bom exemplo pode ser encontrado em “apaixonado”. Na segunda sílaba é possível identificar o ditongo: “ai”. Este encontro, portanto, contém duas vogais.
A vogal mais evidenciada, ou melhor, a vogal mais “forte” é a “a”, o que deixou a vogal “i” sem tanto destaque. Desta forma, conclui-se que “a” é uma vogal, e “i” é uma semivogal.
Agora com essas definições tendo sido esclarecidas, fica mais fácil entender a concepção dos ditongos decrescentes e dos crescentes:
Ditongos crescentes são as junções, na mesma sílaba, da vogal com uma semivogal, nesta exata ordem. Dado um exemplo:
- Noite – Nesta palavra podemos perceber, na primeira sílaba que a vogal é a letra “o” e a semivogal é a letra “i”, uma vez que o “o” tem mais destaque.
Ditongos crescentes são as junções, na mesma sílaba, de uma semivogal com uma vogal, nesta exata ordem. Dado um exemplo:
- Quadrado – Nesta palavra podemos perceber, na primeira sílaba, que a semivogal é a letra “u” e a vogal é a letra “a”, uma vez que o “u” está em menor destaque.
Ditongo nasal ou oral
Para entender as definições de ditongo nasal e oral, é preciso aprender também um pouco mais sobre a vogal. Existem algumas vogais que suas pronuncias são feitas apenas pela boca. Estas são as chamadas vogais orais, tais como a, ê, é, i, ô, ó, u.
Já as que suas pronuncias são feitas pelo nariz também, são as chamadas vogais nasais. Na palavra “pão”, por exemplo, o “ã” é uma vogal anasalada.
Ditongo oral é aquele onde, em uma mesma sílaba, ocorre de duas vogais orais fazerem a junção. Dado o exemplo:
- Caixa – Nesta palavra podemos perceber, na primeira sílaba, que houve a junção do “a” com o “i”.
Ditongo nasal é aquele onde, em uma mesma sílaba, ocorre de duas vogais nasais fazerem uma junção. Também é possível que seja uma vogal oral e uma vogal nasal. Dado o exemplo:
- Sabão – Nesta palavra podemos perceber, na segunda sílaba, a vogal que é nasal “ã” e a vogal que é oral “o”.
Recapitulando
Os encontros vocálicos na mesma sílaba, de uma semivogal com uma vogal (SV + V), ou vice versa (V + SV) é chamado de ditongo. Dados os exemplos:
- Degraus – de-graus (V + SV);
- Caixas – cai-xas (V + SV);
- Séries – sé-ries (SV + V).
O ditongo pode ter a sua classificação feita em decrescente, crescente, nasal e oral.
Os ditongos decrescentes são quanto a vogal antecede a semivogal (V + SV). Por exemplo: lei-te, vai-da-de, céu.
Os ditongos crescentes são quando a semivogal antecede a vogal (SV + V). Por exemplo: má-goa, gló-ria, pin-guim.
Os ditongos orais é aquele que o som é emitido pela boca. Por exemplo: pau, or-quí-deas, cha-péu.
Os ditongos nasais é aquele que o som é emitido pela fossa nasal e pela boca. Por exemplo: mãe, gra-tui-tos, põe.
Mais exemplos de ditongos nas palavras
Alemãezinhos
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Conforme o Acordo Ortográfico recente, o ditongo “oi” de paroxítonas não mais necessitam de ter o acento tônico. Por exemplo: pa-ra-noi-cos, ce-fa-loi-des, as-te-roi-des. Antes eram: paranóicos, cefalóides e asteróides.
A mesma coisa acontece com o ditongo “ei”. Por exemplo: pro-so-po-pei-as, eu-ro-pei-as, a-tei-as. Antes eram: prosopopéias, européias e atéias.
O hiato e o tritongo
Há outros tipos de encontros vocálicos além do ditongo. São eles: hiato e tritongo.
Tritongo é quando duas semivogais tem um encontro, em uma mesma sílaba, com uma vogal, na ordem (SV + V + SV).
Hiato é quando duas vogais se encontram em diferentes sílabas (V + V).
Há dois atributos especiais que diferenciam um encontro vocálico:
Um deles é o número de vogal e semivogal na sílaba. Assim temos:
- Ditongo = uma vogal e uma semivogal (SV + V ou V + SV, ou seja, dois);
- Tritongo = uma vogal e duas semivogais (SV + V + SV, ou seja, três).
O outro atributo diz respeito a como o encontro é pronunciado. Assim temos:
- Ditongo = dois fonemas (semivogal e vogal na mesma sílaba);
- Hiato = duas vogais em sílabas diferentes.
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