Famosa em todo o mundo, a lenda do Lobisomem possui origem europeia. Seu aspecto mais interessante, no entanto, é a adoção da lenda em diversos países diferentes com características próprias de cada sociedade.
Em todas as versões, o lobisomem é um misto de humano e lobo, com comportamento violento e descontrolado, sedento por sangue ou morte. Existem diversas versões para a origem da lenda, sendo que as mais populares são a de que o lobisomem é o oitavo filho homem após o nascimento de sete mulheres, ou a versão de que a mordida de um lobisomem gera outro. Há, ainda, versões que dizem que o monstro surge quando uma criança não é batizada.
No Brasil, a versões mais populares são as que envolvem a prole ou a falta de batismo, por questões populares e religiosas. Fala-se que o homem amaldiçoado transforma-se em lobo na meia noite das noites de lua cheia, quando perde o controle sobre si mesmo e espalha violência e caos.
Saiba mais sobre a lenda do Lobisomem e suas diversas facetas:
Como surgiu a lenda do Lobisomem?
Ao que tudo indica, a lenda de um homem-lobo aos moldes atuais surgiu em torno do século XVI na Europa. A ideia, no entanto, não é completamente original, uma vez que uma versão remotamente semelhante pode ser encontrada em diversos mitos gregos.
A lenda europeia conta que um homem foi, em sua origem, mordido por um lobo. A mordida, no entanto, gerou uma maldição. Em todas as noites de lua cheia, o homem sentia transformações no seu corpo: garras de lobo apareciam no lugar de suas mãos, e o corpo tornava-se coberto de pelos. Sua consciência era perdida, dando lugar à besta em forma de lobo, que uivava pela cidade atrás de sangue.
A lenda espalhou-se em diversos países, incluindo os colonizados. Em cada local, a lenda do Lobisomem adquiriu tons próprios para combinar com medos, necessidades e a rotina de cada cultura.
A lenda brasileira do Lobisomem
Por aqui, a chegada da lenda do Lobisomem ocorreu com algumas diferenças. Seu castigo divino é semelhante à versão europeia: transformar partes do seu corpo em uma besta semelhante a um lobo em busca de violência.
A lenda, no entanto, varia significativamente, especialmente em relação à forma como um homem pode transformar-se no monstro. No Brasil, a lenda mais comum – especialmente em regiões rurais, é a criança que já nasce com a maldição.
Famílias onde há sete irmãs mulheres e nasce um oitavo irmão – desta vez do sexo masculino – podem gerar este menino com a maldição de lobisomem. O jovem crescerá normalmente até o aniversário de 13 anos, quando – na primeira lua cheia – irá virar lobisomem, transformando-se todos os meses até o final de sua vida.
Não se sabe a origem da lenda, além de toda a simbologia numéricas com os números sete e treze – muito presentes em várias das lendas do folclore brasileiro (o Saci que vive sete anos dentro da árvore e vive por mais 77 depois disso, o Curupira que sequestra as crianças por sete anos e etc).
Para vencer um lobisomem, apenas estacas e balas de prata são eficientes. Algumas versões ainda utilizam o fogo como uma das formas de combater a criatura.
Existe versão correta?
Quando falamos de uma lenda do folclore, é muito comum que cada região apresente uma versão um pouco diferente sobre aquela história. O folclore é um conto do povo, que reflete seus medos, crenças e interpretações do mundo – por isso, é comum que haja diversas versões sobre uma mesma história.
Todas as versões sobre uma lenda estão corretas, pois refletem aspectos específicos do local onde foram contadas. Essa variedade conta a história de diferentes povos, e deve ser tão celebrada quando a lenda original em si. Valorize as diferentes versões do folclore!
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