Você já ouviu falar de metáfora? A metáfora consiste em uma “figura de linguagem” popularmente presente em nosso cotidiano. Mesmo que nunca tenha notado, você frequentemente consome metáforas em suas leituras e diálogos do dia a dia. Ao longo desse artigo, você aprenderá o que é e como empregar essa importante figura de linguagem chamada “metáfora”.
O que significa metáfora?
Em linhas gerais, pode-se dizer que “metáfora” é uma figura de linguagem. Em suma, esse recurso semântico é usado por quem comunica uma ideia, escrita ou pronunciada. A ferramenta visa otimizar a expressividade e impacto em um texto literário através de resignificações interpretativas.
Em frases, o recurso é empregado a fim de singularizar e tornar o texto mais eloquente e rico àqueles que ouvem ou leem. Esse caráter pode ser interpretado como um artifício estilístico e linguístico capaz de transferir significados. A transferência ocorre de um vocábulo para outro por intermédio de comparações implícitas e alegóricas.
Para melhor compreensão do emprego do recurso, conheça alguns exemplos e análises.
Exemplos de metáfora
1 – “Aquela mulher é uma gata”.
Nesse caso, o recurso metafórico consiste na comparação implícita e simbólica do sujeito (mulher) com uma gata. No contexto, o uso de “gata” não tem sentido literal. O termo é utilizado para designar uma mulher bonita, encantadora, arrebatadora, etc.
Essa comparação é uma metáfora comum e recorrente em interações informais do cotidiano. É um exemplo do recurso linguístico sendo utilizado no dia a dia.
Abaixo, podemos notar um exemplo semelhante:
“Aquele homem tem um coração de pedra”.
Na frase, o locutor, naturalmente, não está sugerindo que o órgão é composto do material citado (pedra). Nessa metáfora, o termo “pedra” está presente para representar a rigidez e dureza atribuída ou presente no coração.
Isto é, “pedra” está sendo empregada no sentido figurativo (simbólico, interpretativo), e não no sentido literal (puro, bruto).
Um outro exemplo de metáfora presente no cotidiano é:
“Você é uma flor de pessoa”.
Está subentendido nessa frase que o sujeito (você) é um indivíduo querido, meigo, delicado, bonito, etc. Em outras palavras, a metáfora pretende dizer que o sujeito exibe características presentes em uma flor. Fica claro que, nesse caso, “flor” não está aplicado ao sentido literal e não se refere ao órgão da planta.
Metáfora no cotidiano
Como é possível perceber por ordem dos exemplos citados, a metáfora está presente em todos os âmbitos de nossas relações e cotidianos. É possível encontrar esse artifício estilístico em redações, textos, poesias, músicas, ditados populares e falas rotineiras.
Segundo estudos, em uma conversa informal, estima-se que são usadas quatro metáforas por minuto. Essa observação fomenta o argumento de que é praticamente impossível se comunicar sem a utilização de recursos metafóricos.
Caso ainda não esteja convencido da incidência da metáfora e sua importância verbal, note os exemplos adicionais abaixo:
“O problema é muito maior, esse é apenas a ponta do iceberg”.
Essa metáfora pretende dizer que a questão levantada é insignificante diante da dimensão do problema. Mais uma vez, a afirmação não se refere a ponta de um iceberg real e, portanto, literal. O objeto é usado no sentido figurado para compor uma comparação.
“Ela é uma formiga com açúcar”
A comparação visa dizer, de modo figurado, que o sujeito (ela) adora doces. Formigas são popularmente conhecidas por seu gosto por açúcar. A frase não é literal e portanto não visa dizer que o sujeito é um inseto real.
“Isso não é um homem, é um touro”
Nessa metáfora, está subentendida a ideia de uma força física incomum. A particularidade taurina também pode ser usada para caracterizar o porte do homem.
“O seu filho é um anjinho”.
Nessa metáfora, está subentendida a ideia de que o sujeito (filho) possui a bondade e gentileza de um anjo. É possível relacionar a característica angelical a um temperamento comportado.
“Essa criança é uma fera em português!”
Nessa metáfora, está subentendida a ideia de que o sujeito (criança) é esperto e excepcional na matéria. Pode-se supor que a criança tem facilidade em assimilar o assunto.
“Seu bebê tem olhinhos de jabuticaba”.
Nessa metáfora, está subentendida a ideia de que o sujeito (bebê) tem olhos redondos e negros. A alusão metafórica se refere ao aspecto do fruto.
“Minha namorada é uma manteiga derretida”.
Nessa metáfora, está subentendida a ideia de que o sujeito (namorada) é muito sentimental e se derrete fácil. A alusão metafórica se refere ao aspecto do produto não refrigerado.
“Esse texto só está enchendo linguiça”.
Nessa metáfora, está subentendida a ideia de que o texto está recheado de insignificâncias ou palavras difíceis que só fazem volume. A alusão metafórica se refere à produção de linguiça.
“Esse trabalho é mamão com açúcar”.
Nessa metáfora, está subentendida a ideia de que o trabalho é descomplicado e simples de executar. A ilusão metafórica se refere ao fácil preparo de um mamão com açúcar.
“Célia não aguenta mais carregar o mundo nas costas”.
Nessa metáfora, está subentendida a ideia de que o sujeito (Célia) está cansado de suas preocupações ou responsabilidades excessivas. O “mundo” é utilizado para designar o peso metafórico dos problemas e responsabilidades de Célia.
Mas, na hora de identificar uma metáfora, alguns equívocos podem ocorrer. Afinal, você sabe a diferença de uma metáfora para uma comparação?
Metáfora x comparação: como diferenciar?
A confusão entre as figuras de linguagem é muito comum. Embora tenham semelhanças, existe uma diferença separadora entre comparação e metáfora. Vamos descobrir qual é? Repare nos exemplos abaixo e note a diferença entre eles:
Veja a diferença:
Lily é um doce de coco.
(Aqui, encontramos uma metáfora).
Lily é como um doce de coco.
(Nesse caso, o que temos é uma comparação).
Observe que no primeiro exemplo não consta um “elemento de conexão” (como), tipicamente encontrado em comparações.
Portanto, sendo uma metáfora, ela é caracterizada pela transição de um termo de sentido denotativo para um termo de sentido conotativo. Em outras palavras, ela transforma o sentido literal em um sentido figurativo, interpretativo, etc.
Desse modo, ao contrário da comparação (assim, bem como, tal qual, como), a assimilação acontece de modo implícito.
Conclusão
De forma geral, pode-se resumir dizendo que a metáfora é um modo comparativo que dispensa o uso de um “conectivo”. Isso significa que, ao contrário da comparação, a metáfora está subentendida e implícita na frase.
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