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Sofistas: quem foram? Quais suas contribuições?

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Na Grécia Antiga, haviam inúmeros professores que percorriam cidades em busca da transmissão de conhecimento, mediante a pagamentos, e faziam esta transmissão a partir de um diálogo retórico.

A sua principal função era introduzir ensinamentos relacionados a política na vida do cidadão e tudo o que estes professores repassavam a seus alunos eram apenas fragmentos e citações de outros autores, e por esse motivo, não se sabia o que estes pensavam de fato. Aquilo que foi dito de mais importante a respeito deles foi aquilo que disseram seus principais adversários teóricos, Platão e Aristóteles.

Etimologia da palavra sofista

A palavra sofista vem originalmente da palavra sábios, mas que com o tempo adquiriu um sentido de desonestidade intelectual, principalmente a partir das definições ditas por seus adversários teóricos, Platão e Aristóteles.

Como no exemplo de Aristóteles, ele define os sofistas como a sabedoria aparente, mas não real; onde para ele os sofistas ensinavam como fazer uma argumentação a respeito de qualquer tema, mesmo estes argumentos não sendo válidos, ou seja, estavam apenas interessados não pela procura da verdade, mas sim no refinamento de vencer as discussões, pois para eles a verdade é muito relativa.

Contexto histórico

O contexto desta época é de grande importância para entender o papel dos sofistas e seus objetivos na antiguidade da sociedade grega. Na sociedade de antigamente não existia um sistema público de ensino superior, para que então os jovens que pudessem pagar as instruções que os sofistas passavam a fim de prepará-los para a vida adulta.

Um importante conhecimento que era, se não o mais importante, o exercício de democracia que na época era uma das mais importantes, porque é o elemento mais importante para se resolver as divergências em prol de um interesse em comum.

Caracterizações comuns dos sofistas

A oposição entre natureza (phýsis) e cultura (nómos), onde os sofistas sempre encontram problemas entre o homem e a natureza, significando que tudo aquilo que é dado por natureza não poderá ser mudado, como por exemplo a necessidade do homem ou animais se hidratarem e o que é dado por cultura, poderá ser mudado, como por exemplo o que o homem escolhe para vestir, quando se tem a possibilidade de escolha.

Contudo é interessante que o homem possui necessidades naturais, mas que dependendo da cultura pode ser modificada, como no caso da alimentação da carne bovina na Índia que é proibida e no caso da carne de cães que pode ser um bom prato na mesa de um chinês.

O relativismo para os sofistas, será referido a sua vida prática, como a religião e a política, sendo considerado fatores culturais, mas com o tempo poderá ser modificado. Dessa maneira, colocavam-se normas e hábitos em dúvida pelo fato de ter a possibilidade de ser modificada. Como os sofistas eram relativistas, as questões podiam seguir tal linha de reflexão: as leis estabelecidas são pertinentes para essa cidade ou devem ser modificadas?

A existência de deuses é outra característica em comum entre os sofistas, pois eles não acreditavam em energias superiores, mas não rejeitavam toda a sua existência. Portanto pode caracterizar um sofista como um agnosticismo do que em um ateísmo.

A rejeição das questões metafísicas, onde os sofistas estavam mais empenhados em resolver os problemas da pólis, algo que iria contribui para uma melhor qualidade de vida, atendendo as necessidades e as principais preocupações da população.

E a anti-lógica, uma estratégia de ensino que é comum aos sofistas era ensinar os jovens a defenderem uma posição, pois essa técnica foi fortemente criticada por Platão e Aristóteles pelo fato de corromperem os jovens com a prática da mentira. Atualmente, é considerado por historiadores uma técnica como uma atividade do espírito democrático por respeitarem a existência de opiniões diferentes.


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