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Tiradentes: história e Inconfidência Mineira

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Nascido em 1746, perto da Vila de São José (hoje nomeada de cidade de Tiradentes), Joaquim José da Silva Xavier seria um dos grande ícones das lutas por libertação no Brasil. Criado em Vila Rica – hoje chamada de Ouro Preto – ele desenvolveu uma série de atividades profissionais, entre as quais a de dentista – que garantiu seu apelido.

Tiradentes fazia parte da vida política e aristocrática de Minas Gerais. Era bem relacionado com a elite local, compartilhando de suas insatisfações com a coroa portuguesa. Possuía grande habilidade de comunicação, o que o tornava um líder nato frente a seus pares.

Contexto

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A vida adulta de Tiradentes corresponde a um período de grande desenvolvimento da aristocracia mineira, e aumento de impostos por parte da coroa portuguesa. Em especial, a Derrama.

A Derrama era um método de cobrança do imposto sobre o ouro extraído em Minas Gerais. A coroa portuguesa acreditava que a arrecadação de um quinto das extrações não ocorria, em função da sonegação, e a Derrama era uma maneira de intensificar a cobrança.

Isso obviamente não agradou aqueles que eram responsáveis pela extração. Isso iniciou um movimento de união em busca de independência, chamado de Inconfidência Mineira.

A Inconfidência Mineira

A Inconfidência Mineira foi um movimento revolucionário de independência em relação à Coroa portuguesa. Ela foi desenvolvida pela aristocracia mineira, e Tiradentes tornou-se um de seus líderes, em função da grande capacidade de oratória.

O movimento foi considerado uma das primeiras revoluções de uma série de revoltas que aconteceriam até 1822. Por isso, é um dos eventos mais marcantes do processo de independência nacional. O movimento foi desmantelado a partir da delação de um de seus participantes, em 1789.

Julgamento e execução de Tiradentes

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Com a traição de Joaquim Silvério dos Reis, o movimento foi controlado e julgado pela Coroa. Como era um movimento movimentado pela aristocracia local, muitos dos acusados eram filhos de nomes poderosos da época, recebendo penas mais brandas.

Tiradentes, no entanto, embora fizesse parte deste grupo de pessoas, não possuía uma influência político-econômica muito relevante. Por isso, foi utilizado como um exemplo de punição. Em 21 de abril de 1792, foi executado na forca, no Rio de Janeiro.

Seu corpo foi cortado em pedaços, e estes foram colocados exemplarmente ao longo da estrada entre Rio de Janeiro e Minas Gerais.

A construção de um herói nacional

Na história mais atual, há alguns questionamentos sobre a construção de Tiradentes como um herói nacional. Mesmo à frente de um importante movimento para o processo de independência nacional, sua atuação efetiva é atualmente questionada.

Isso obviamente não diminui sua importância. Uma questão importante – geralmente discutida em provas – foi o esforço propagandista dos movimentos de independência. Acreditava-se, na época, ser importante criar alguns mártires para gerar o sentimento de união na população.

Por isso, a importância histórica de Tiradentes vai muito além de sua atuação. Na prática, sua própria imagem é relevante para o desenvolvimento do nacionalismo brasileiro. Como muitos historiadores indicam, isso pode ser observado no feriado dedicado a ele e nas imagens que o ilustram. Seu aspecto físico, nestas pinturas, costuma ser muito parecido à imagem geralmente associada a Jesus Cristo.

A importância da Inconfidência Mineira e de Tiradentes na independência do Brasil

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Embora a Inconfidência Mineira tenha sido suprimida, e Tiradentes tenha sido executado, ela possui grande importância na história do Brasil. Assim como outros movimentos do final do século XVIII e do início do século XIX, seu acontecimento é considerado precursor da independência.

Os diversos movimentos de revolução demonstravam a insatisfação da população com o estado do Brasil colônia na época. Isso levou às pressões públicas que, eventualmente, culminariam na independência nacional, anos mais tarde.

Muitas pessoas consideram, erroneamente, que a independência do Brasil foi pacífica, com poucas mortes. Na prática, as diversas revoluções do período tiveram uma alta contagem de mortes, e nomes como o de Tiradentes homenageiam estas pessoas que dedicaram sua vida à liberdade nacional.

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