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Boitatá: conheça o folclore brasileiro

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O Boitatá é uma lenda muito conhecida em algumas regiões do Brasil. Sua origem é da mitologia Tupi-Guarani, e é representada por uma enorme serpente de fogo que sobrevoa as matas protegendo a vida que existe por ali. Seu próprio nome, em Tupi, representa “cobra de fogo”.

Com o tempo, o Boitatá foi incorporado pelos povos que passaram a ocupar certas regiões do Brasil em conjunto aos que já o faziam desde antes da colonização. Essa incorporação permitiu que tradições indígenas e colonizadoras fossem misturadas, modificando o mito com o passar do tempo, e atingindo sua atual forma, que pode variar de região para região.

Saiba mais sobre a história do Boitatá, suas características, origens e curiosidades:

O que é o Boitatá?

No folclore brasileiro, este personagem é uma grande serpente de fogo que habita sobre as florestas, protegendo planta e animais daqueles que querem fazer mal à natureza de diversas formas.

Fala-se que o Boitatá pode mudar suar forma para enganar as ameaças, e atacar todos aqueles que queiram fazer algum mal à sua floresta. Com o tempo, a lenda adaptou-se aos medos locais em relação à mata: caçadores, cortadores de madeira e, mais recentemente, aqueles que fazem queimas florestais são os principais inimigos da grande serpente de fogo.

Qual a origem da lenda?

É difícil determinar o período e a origem exata do Boitatá, em especial porque os povos nativos do Brasil não possuíam escrita, e o processo de colonização não foi exatamente generoso com a cultura e a história indígena. Por isso, o primeiro registro histórico mantido sobre a lenda já ocorre no período de colonização, no século XVI.

Trata-se de um texto do jesuíta José de Anchieta, que conta a versão que chegou a ele através de relatos indígenas. Ele reconta a história através desta perspectiva, na qual compreende o que na época era chamado de “baetatá” como um fantasma de fogo que vive próximo às praias.

No texto, ele conta que se enxerga apenas uma faixa de luz que rapidamente mata os índios – assim como faziam os Curupiras – outra lenda folclórica relacionada às matas brasileiras. Este é o primeiro registro existente, já obviamente preenchido pela perspectiva europeia. Sua origem anterior, no entanto, não é conhecida.

As diversas versões de Boitatás

A ocupação Tupi-Guarani no Brasil foi territorialmente significativa. É de se esperar que nas diferentes regiões, uma história original de Boitatá tenha evoluído ao longo do tempo para versões mais adaptadas para cada uma daquelas realidades. Por isso, no período da colonização portuguesa, já havia diferentes versões da história.

O que há em comum entre elas são as características gerais, que contam que o Boitatá dorme em um tronco gigante, e acorda faminto, comendo os olhos dos animais até transformar-se em uma grande serpente de fogo. Não se sabe exatamente quando a lenda tomou o aspecto de proteção em relação às florestas, mas no momento da chegada dos portugueses, já parecia haver este consenso.

Em regiões do Norte, por exemplo, o Boitatá é conhecido como um espírito que acorda dos rios para punir aqueles que querem colocar fogo nas matas. No nordeste, algumas histórias contam que o fogo representa as almas crueis dos que se foram. Há, ainda, versões em que o Boitatá é um grande touro, e não uma cobra.

Existe versão correta?

Quando falamos de uma lenda do folclore, é muito comum que cada região apresente uma versão um pouco diferente sobre aquela história. O folclore é um conto do povo, que reflete seus medos, crenças e interpretações do mundo – por isso, é comum que haja diversas versões sobre uma mesma história.

Todas as versões sobre uma lenda estão corretas, pois refletem aspectos específicos do local onde foram contadas. Essa variedade conta a história de diferentes povos, e deve ser tão celebrada quando a lenda original em si. Valorize as diferentes versões do folclore!


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