A personagem da Cuca, no Brasil, costuma ser diretamente associada ao que – em outros países – enxerga-se no Bicho Papão. Um pouco menos popular que algumas outras lendas do folclore brasileiro, mas muito presente em nossa cultura, o Cuca é uma velha com cara ou corpo de jacaré.
Ela é cruel e raramente dorme, e sempre está a procura de crianças que não querem dormir na hora correta ou não obedecem seus pais. Em sua história, a Cuca raramente dorme, e é essa a sua ligação com as crianças que não querem obedecer seu horário.
Não à toa, as cantigas populares para levar as crianças ao sono ordenam que elas durmam, para evitar que a cuca as sequestre. Na versão abrasileirada da lenda de origem portuguesa, o Cuca é uma bruxa com corpo de jacaré e voz aterrorizante que tem como objetivo raptar crianças.
Por aqui, a popularização mais recente da Cuca foi feita pela história de Monteiro Lobato, em “O Sítio do Pica-Pau Amarelo”. Embora a lenda já existisse há muito tempo, seu uso ajudou a reviver a história, levando-a ao imaginário popular novamente.
Saiba mais sobre a lenda da Cuca, e como ela ela influencia a vida cotidiana no Brasil:
A Cuca na cultura popular
Não são poucas as lendas criadas para “assustar crianças”, obrigando-as a obedecerem seus pais. A Cuca, especificamente, parecia ter uma especialidade em sua ação maléfica: atingir as crianças que não obedeciam sua hora correta para dormir.
Prova disso está nas músicas tradicionais do folclore brasileiro. Ao menos uma vez em sua vida, você já deve ser ouvido a assustadora cantiga de ninar que ordena:
“Nana, neném, que a Cuca vem pegar,
papai foi pra roça, mamãe foi trabalhar.”
É evidente, neste contexto, a origem da lenda, e os motivos pelos quais foi alimentada. Mesmo que você nunca tenha ouvido falar da origem ou da história completa do monstro, ele já foi utilizado para obrigar você a dormir.
Como surgiu a lenda?
A lenda da Cuca, ao que tudo indica, possui sua origem no folclore de Portugal. Por lá, um monstro chamado Coca é um espírito (ou um dragão, dependendo da versão) que fica à espreita nos telhados das casas. O monstro, segundo as histórias, fica observando as crianças que teimam e desrespeitam seus pais. Quando as identificam, esperam uma oportunidade para sequestrá-las.
Sabe-se que a importação da lenda para o Brasil veio diretamente de Portugal. Não se sabe, no entanto, o momento exato no qual isso ocorreu, pois a maior parte dos registros diz respeito à já tardia figura elaborada por Monteiro Lobato (entre os séculos XIX e XX).
Existe versão correta?
Quando falamos de uma lenda do folclore, é muito comum que cada região apresente uma versão um pouco diferente sobre aquela história. O folclore é um conto do povo, que reflete seus medos, crenças e interpretações do mundo – por isso, é comum que haja diversas versões sobre uma mesma história.
Todas as versões sobre uma lenda estão corretas, pois refletem aspectos específicos do local onde foram contadas. Essa variedade conta a história de diferentes povos, e deve ser tão celebrada quando a lenda original em si. Valorize as diferentes versões do folclore!
Comentar